Delações da Odebrecht dão força a Roberto Rocha na corrida eleitoral
Política

Delações da Odebrecht dão força a Roberto Rocha na corrida eleitoral

Revelações e planilhas de ex-executivos da empreiteira atingiram e estraçalharam Flávio Dino. Roseana Sarney se livrou da Lava Jato, mas enfrenta outros processos por corrupção

A divulgação dos conteúdos da delação da empreiteira Odebrecht, na semana passada, atingiu e estraçalhou o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), até então provável reeleito nas eleições de 2018. Como a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), embora tenha se livrado da Lava Jato, ainda enfrenta diversos processos por corrupção, o senador Roberto Rocha (PSB-MA), por enquanto, é o maior beneficiado pela hecatombe.

Depois dele, o ex-juiz maranhense e autor da Ficha Limpa, Márlon Reis (Rede), também pode se fortalecer para uma eventual disputa se desviar a mira do Senado para o Palácio dos Leões e permanecer fora do extenso grupo de políticos implicados em surrupio ou malversação de dinheiro público.

A vantagem de Rocha é que as revelações e planilhas de propina entregues pelos ex-executivos da Odebrecht contra Dino, somados aos processos em tramite no Ministério Público estadual contra Roseana, podem reforçar nos eleitores maranhenses uma forte reação aos políticos manchados pela nódoa da corrupção, como ocorreu no pleito passado.

Apesar do peso nos ombros, vale lembrar, tanto o comunista como a peemedebista ainda possuem condições políticas e eleitorais para a corrida. Contudo, agora sob o risco de serem investigados e virarem réus, a possibilidade de condenação de ambos aumenta, o que os obrigaria a também ter de reunir condições jurídicas pela conferência de possíveis votos recebidos na urna.

Longe desse tipo de desgaste em sua vida pública, Roberto Rocha possui excelente trâmite em Brasília, força eleitoral e tirocínio político que lhe garantem o porte de liderança estadual e no Congresso Nacional.

Eleito em 2014 sob o mesmo signo da mudança que levou Flávio Dino à vitória contra o clã Sarney, ele acabou se distanciando do comunista pouco tempo depois.

O rompimento se deu após a percepção de que a mudança imposta pelo governo do comunista — marcada especialmente pela extinção de programas sociais, aumento descontrolado de impostos, perseguição política, arrocho salarial e gastos milionários com publicidade e coisas supérfluas — é bem diferente da pregada por Dino durante a campanha eleitoral. O socialista, enquanto isso, segue ficha limpa, destinando emendas, defendendo a preservação dos rios, trabalhando por obras e até mesmo instalando um escritório político no Sul do estado, cumprindo a promessa de mostrar ao maranhense o que faz um senador.



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