Sem provas, Dino sugere que prefeitos do MA estariam inflando óbitos por Covid-19
Cotidiano

Sem provas, Dino sugere que prefeitos do MA estariam inflando óbitos por Covid-19

Para justificar omissão de mortes no balanço estadual da pandemia, governador disse durante coletiva que SES tem revisado os dados enviados pelas prefeituras

O governador Flávio Dino (PCdoB) sugeriu, durante coletiva de imprensa nessa sexta-feira 26, sem apresentar provas, que os prefeitos maranhenses estariam supernotificando as mortes causadas por Covid-19.

A insinuação foi feita pelo comunista ao ser questionado pela repórter Carla Lima, de O Estado, sobre a omissão de óbitos no balanço estadual da pandemia, quando há comparação com os divulgados pelos municípios. Como justificativa, Dino alegou que a discrepância ocorre em razão da SES (Secretaria de Estado da Saúde) usar metodologia própria para confirmação dos dados encaminhados pelas prefeituras, e que somente após revisão é que os casos e mortes por Covid-19 realmente confirmados pela pasta são inseridos no boletim epidemiológico. Ou seja, para Dino, os números divulgados pelas prefeituras não são verdadeiros, apenas os da SES.

“Se trata de uma metodologias diferentes. Nós colhemos nossos dados daquilo que as prefeituras nos informam. Porém, é feito um processo de checagem, porque nós sabemos que há uma acusação política feita pelo presidente da República [Jair Bolsonaro], de que haveria uma espécie de supernotifificação, que os governos estaduais estariam inventando casos. Além disto, nós temos o fato de que o número de casos e de óbitos é relevante no arbitramento de recursos públicos. Então, nós temos de ter cuidado, porque os mesmos que hoje dizem que os boletins estão atrasados são os mesmos que diriam que nós estaríamos inventando casos para receber mais dinheiro, e que nós estaríamos fraudando e supernotificando”, declarou o governador.

“Então, há um procedimento interno de checagem de cada informação. A prefeitura nos informa, a Secretaria de Estado da Saúde solicita complementação de informações aos municípios, à rede privada, e apenas quando nós temos as informações precisas de cada óbito: sexo, idade, nome, que circunstâncias, se tem comorbidade ou não, é que os dados são inseridos nos nossos boletins”, continuou Flávio Dino, sugerindo também, indiretamente, que os números divulgados pelos hospitais particulares não são confiáveis.

A recontagem dos casos e óbitos por Covid-19, feita pelo governo Dino sob o pretexto de evitar acusações por parte de Bolsonaro, coincidentemente, é a mesma que o Ministério da Saúde ameaçou fazer no início de junho, por não confiar nos dados da pandemia encaminhados pelos estados, mas desistiu de implementar após repercussão negativa.

Apesar das críticas feitas a Jair Bolsonaro na época, para Flávio Dino, ao revisar os dados e não inserir no balanço estadual a mesma quantidade de casos e de óbitos informados pelas prefeituras e pela rede privada, a gestão estadual está agindo de forma correta e se autoprotegendo.

“É uma atitude de prudência, de respeito, de transparência e de cuidado com o dinheiro público. E, ao mesmo tempo, de prevenção, para nós não sermos vítimas de acusações levianas, vis. Então, nós temos que ter o nosso cuidado”, disse Dino.

Apesar da grave insinuação contra as prefeituras, até o momento, Famem (Federação dos Municípios do Estado do Maranhão) ainda não se posicionou.



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