Covid-19 no MA: volta às aulas ameaça 361 mil pessoas do grupo de risco, aponta Fiocruz
Cotidiano

Covid-19 no MA: volta às aulas ameaça 361 mil pessoas do grupo de risco, aponta Fiocruz

Estudo mostra que mais de 89 mil adultos com comorbidades e quase 272 mil idosos vivem com maranhenses em idade escolar entre 3 e 17 anos

Mais de 361 mil maranhenses que fazem parte do grupos de risco para casos graves da Covid-19 podem ser expostos ao novo coronavírus com o retorno das aulas presenciais no Maranhão.

O alerta é da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em nota técnica publicada, nessa quarta-feira 22, sobre os riscos que a retomada as atividades presenciais nas escolas representa para adultos (18 a 59 anos) com comorbidades e idosos (60 anos ou mais) que estarão em contato no mesmo domicílio com estudantes em idade escolar entre 3 e 17 anos.

“Retomar as aulas sem considerar o provável impacto para além dos alunos é arriscado, pois para quem vive com eles não será mais possível adotar o ‘fique em casa’. Além disso, há um contingente enorme de pessoas que estão envolvidas na atividade escolar”, a ressalta a Fiocruz.

De acordo com o estudo, feito a partir de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre o perfil das pessoas que convivem com jovens em idade escolar, o Maranhão possui 89.492 adultos com doenças de coração, diabetes ou problemas no pulmão, além 271.975 idosos.

Vale ressaltar que o número de pessoas em risco de contrair a doença devido ao contato com pelo menos uma criança ou adolesceste que retornará às aulas presenciais deve ser ainda maior, já que obesos, doentes renais crônicos e fumantes não foram considerados pelo levantamento.

Segundo dados da SES (Secretaria de Estado da Saúde), que estão defasados em cerca de um mês, quase 110 mil já foram diagnosticados com Covid-19 no estado e mais de 2,8 mil pessoas já morreram em decorrência da doença.

Conforme decreto do governador Flávio Dino (PCdoB), que diz basear-se em estudos técnicos e científicos, embora desde o início da pandemia jamais tenha tornado público sequer um deles, as mais de 50 escolas e universidades da rede privada no Maranhão estão liberadas para o retorno das atividades presenciais a partir do dia 3 de agosto. Na rede pública, também sob adaptação às normas de segurança e saúde por conta da pandemia, a determinação é que a retomada seja a partir do dia 10 do mesmo mês, a começar do terceiro ano do ensino médio.



Comentários 3

  1. Helena

    Sem contar o número de funcionários e servidores das escolas que têm comorbidades, esses nesse ambiente ficam mais vulneráveis. É difícil a decisão de desistir do ano letivo de 2020 e focar em 2021 porque sem uma vacina e dadas as peculiaridades do público e das escolas, depois de algumas semanas poderemos ter um número imenso de infectados, eu trabalho numa escola pública e a situação ñ é fácil nem para o governo nem para a clientela. Espero que as secretarias de educação afastem pelo menos no primeiro momento funcionários e alunos com alguma comorbidade.

  2. Jorge Souza

    Infelizmente o governo do Maranhão não ouve quem de fato está mais vulnerável a essa pandemia e ao seu vírus mortal. Não ouve professores, alunos, país de alunos e a comunidade escolar. É não ouve só por arrogante que é. Não ouve porque não defende os interesses das classes subalternas e de baixa renda. Não ouve porque representa os interesses dos capitalistas do Maranhão.

  3. Elisângela Martins

    Realmente? Que não deveríamos nem cogitar a volta às aulas nesse momento crítico. Não importa se como eles dizem fazem todos pensar que isso está acabando, não está! Vocês deveriam pensar mais, bem mais, isso não é uma questão simples, ainda mais em lugares onde o isolamento social é basicamente nenhum. Eu como mãe, jamais deixarei minha filha ir, não nesse caos, e muitos outros pais também não.

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