Em dois meses, sete adolescentes foram vítimas de disputa entre facções no MA
Maranhão

Em dois meses, sete adolescentes foram vítimas de disputa entre facções no MA

Para o delegado Augusto Barros, as jovens se identificam com as transgressões do PCM e do Bonde dos 40, mas nem sempre chegam a atuar no tráfico de drogas

Carla Nascimento
Do Extra, do edição do Atual7

A história de uma adolescente de 17 anos, Milena Coelho do Nascimento, que teve o pescoço cortado na saída da escola localizada na divisa dos bairros Divineia e Olho D’Água, na Região Metropolitana de São Luís, revelou mais um capítulo gerado pela guerra entre as facções Primeiro Comando do Maranhão (PCM) e Bonde dos 40 na região. O caso aconteceu na quinta-feira 15, e é o mais recente de uma série de sete envolvendo jovens entre 14 e 19 anos nos últimos dois meses: quatro delas morreram e outras três foram espancadas em disputas entre facções rivais, como mostra levantamento da ONG Instituto Cidadania Ativa.

Segundo o presidente da ONG, Maurício Miguel, em todos os casos registrados houve conflito entre relacionamentos amorosos e regras de facções, que não permitem que moradores de uma determinada área dominada por um grupo se relacionem ou mesmo frequentem o espaço das outras.

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Posted by Atual7 on Domingo, 30 de agosto de 2015

— A morte é a pena para quem se envolve com moradores de áreas dominadas por facções rivais. Os grupos criminosos não toleram, independente de os envolvidos estarem ligados diretamente com o tráfico para garantir que não tenham informações sobre seu funcionamento divulgadas — diz Miguel, que descreve como crescente o número de jovens ligados a grupos criminosos.

Procurando pela reportagem, o delegado Geral da Polícia Civil do Maranhão, Augusto Barros, afirmou que as adolescentes e jovens se identificam com transgressões de grupos criminosos, mas nem sempre chegam a atuar no tráfico de drogas, a principal atividade das facções criminosas:

— Muitas vezes essas agressões e mortes não são parte de um mandado de execução eles nao têm uma participação efetiva. Algumas vítimas têm, outras não estão envolvidas com o crime. Mas, de fato, há uma cultura, uma identidade com esses grupos, até mesmo pela convivencia aproximada desses jovens com bandidos. Nas escolas, muitos acabam usando símbolos e “bandeiras” por uma questão de identificação — alega Barros.

Miguel diz que a sensação de poder de estar ligado ao crime seduz jovens, ainda em formação, em situação de pobreza e falta de perspectiva.

— Namorar um membro de uma facção é uma maneira de conseguir ascensão social, ir a festas e usar uma roupa legal, por exemplo — explica.

Em setembro, o EXTRA repercutiu em uma reportagem um vídeo compartilhado pelo Atual7 sobre uma adolescente de 14 anos que foi espancada por um grupo de jovens na Cidade Olímpica por ter se envolvido com integrante de facção rival. Chocante, a gravação - que pode ser visualizada ao lado - mostra que membros da facção não mentiram que populares ajudassem a menina que estava sendo espancada. "Não saí parceiro, não te mente não. Ela é 40, c******", ameaçavam.



Comentários 2

  1. Marcos

    Essas meninas espancando a outra parecem selvagens, bárbaros, pessoas ignorantes que não tem educação e o mínimo de respeito pelos outros. Com essa idade e a mentalidade tão mesquinha e estúpida.

  2. Laura asins

    Daqui uns dias, essa raparigas vão está cheia de filhos e dependendo do bolsa família.

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