O abandono por parte do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) nas obras de reforma e ampliação no prédio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de São Luís, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (Semus), vem expondo a população ludovicense ao sério risco de contrair doenças e agravos como a raiva, o calazar e a leptospirose. A denúncia, grave, foi feita na manhã desta terça-feira 3 pelo deputado estadual Wellington do Curso (PPS).
Iniciada desde maio deste ano em atendimento a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado com o Ministério do Trabalho em 2008, as obras tinham por objetivo a requalificação de todos os espaços físicos do CCZ, como instalações elétricas e hidráulicas, recuperação dos laboratórios de entomologia e leishmaniose e pintura interna e externa do prédio, além da construção de mais quatro canis para isolamento de animais para observação, mas foram paralisadas poucas semanas após serem inicializadas pela prefeitura. No local, além do prédio desativado, há ainda mais de uma dúzia de veículos adquiridos com recursos públicos, mas que também foram abandonados pela gestão pedetista.
De acordo com divulgação feita à época pela próprio prefeito Edivaldo Júnior, o coordenador do CCZ, João Batista Pires, e secretária Helena Duailibe (PMDB), a obra de reforma e ampliação no Centro, atualmente chamado de Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ), está orçada em quase meio milhão de reais e tinha como previsão para conclusão e entrega o final de agosto último.
Apesar da Prefeitura de São Luís ter se comprometido a, durante as obras no prédio, continuar realizando os trabalhos de vigilância, visitas domiciliares, vacinação, acompanhamento de agressões e palestras educativas, as informações sobre sua nova localização do Centro são desencontradas: ora afirmam que o CCZ estaria abrigado no Hospital Carlos Macieira, no Calhau, ora provisoriamente instalado na Unidade de Saúde José Carlos Macieira, no Sacavém.
Quem precisa dos serviços e sai à procura, porém, constata que no Hospital Carlos Macieira não há qualquer indicação referente ao CCZ, crime contra a saúde pública de São Luís que também ocorre na Unidade de Saúde José Carlos Macieira, pois no local está funcionando apenas a parte administrativa do órgão.
Do ponto de vista epidemiológico, a questão é considerada alarmante, já que a desativação da unidade e o abandono da reforma e ampliação do prédio obriga a população a viver, por irresponsabilidade do poder público, sobre os diversos riscos de transmissão de doenças e agravos transmitidos pelo animais, principalmente os considerados errantes (animais de rua), que tem aumentado exponencialmente desde a interdição do CCZ.
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