Política

Prefeito de Bacuri pagou R$ 600 mil para empresa de fachada fazer transporte escolar

Ao todo, José Baldoino já pagou quase R$ 1,2 milhão para empresa que deveria funcionar no Cohatrac IV, em São Luís

A tragédia que enlutou o Maranhão desde a noite dessa terça-feira (29) poderia ter sido evitada caso a Prefeitura de Bacuri, administrada desde janeiro de 2013 pelo prefeito José Baldoino da Silva Nery, tivesse aplicado corretamente os recursos destinados ao transporte escolar do município. Filiado ao PP, e com vice do PMDB, Baldoino é aliado do senador sem votos Edison Lobão Filho, o Edinho, pré-candidato ao governo estadual.

Local onde deveria funciona a Conservis Construções é uma residência
Yuri Almeida/Atual7 De fachada, mas milionária Local onde deveria funciona a Conservis Construções é uma residência

Levantamento feito pelo Atual7 junto ao Diário Oficial do Estado do Maranhão constatou que José Baldoino contratou com recursos federais do MDE (Manutenção e Desenvolvimento do Ensino) e do PNAT (Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar), no dia 1º de março de 2013, a empresa Conservis Construções Comércios e Serviços Ltda – ME, ao custo de R$ 600.000,00 (seiscentos mil), para realizar os serviços do transporte escolar no município pelo prazo de 10 meses.

No mesmo contrato, o prefeito de Bacuri fechou com a Conservis Construções outros dois objetos, ambos com vigência de 11 meses: um para aluguel de veículos e motocicletas para a Secretaria Municipal de Saúde, ao custo de R$ 173.250,00 (cento e setenta e três mil, duzentos e cinquenta reais); e outro para aluguel de máquinas pesadas, ao custo de R$ 394.000,00 (trezentos e noventa e quatro mil reais). Ao todo, a empresa levou R$ 1.167.250,00 (um milhão, cento e sessenta e sete mil, e duzentos e cinquenta reais) dos cofres públicos do município.

Segundo vizinhos, número da residência teria sido apagado há cerca de um ano
Yuri Almeida/Atual7 ÀS escondidas Segundo vizinhos, número da residência teria sido apagado há cerca de um ano

A reportagem visitou o endereço que a Conservis mantém cadastrado junto à Receita Federal, uma residência recém reformada na Rua 31, do Cohatrac IV, em São Luís. Nas três vezes em que o Atual7 visitou o endereço, durante a quarta (30) e esta quinta-feira (1º), ninguém atendeu a campainha. De acordo com vizinhos, o local está sempre vazio.

A Conservis, aberta em junho de 2009, fatura milhões com várias prefeituras do Maranhão, e tem como representante um homem identificado pela reportagem como Cirilo Kleiton Santos Neto, também sócio da empresa CK Santos Neto, envolvida em irregularidades consubstanciadas em diversos relatórios de fiscalização da CGU/MA, e na Operação Rapina I, da Polícia Federal.



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