Encontra-se engavetada, há mais de um mês, uma execução fiscal movida pelo Estado do Maranhão contra o ex-deputado estadual e atual assessor especial da Casa Civil no governo Flávio Dino, Camilo Lellis de Carneiro Figueiredo, e seus dois sócios, Rogério Carneiro Figueiredo e Rodrigo de Lellis Salem Figueiredo, na também executada Indústria Codoense de Plásticos Ltda, uma das empresas do conglomerado pertencente ao clã de Codó.
Aberto no dia 3 de novembro do ano passado, o processo 2533/2014 tramitou normalmente até quando proferido despacho, e só recebeu nova movimentação no dia 10 de fevereiro deste ano, quando foram expedidas as cartas de citação, um dia antes da nomeação de Camilo Figueiredo pelo governador do Maranhão em cargo de simbologia Isolado, uma das mais bem remuneradas de todo o estado.
Datada na metade de dezembro de 2014, com o comunista já eleito, o despacho do juiz Rogério Pelegrini Tognon Rondon, titular da 1ª Vara Judicial de Codó, determina que sejam cumpridas a citação; penhora; arresto; registro de penhora ou do arresto, independentemente do pagamento de custas; e avaliação dos bens penhorados ou arrestados do assessor especial da Casa Civil, para o pagamento da dívida, sob pena de penhora de seus bens.
“O presente despacho inicial importa ordem para: citação; penhora; arresto; registro de penhora ou do arresto, independentemente do pagamento de custas; avaliação dos bens penhorados ou arrestados (artigo 7°). 3. Desse modo, cite-se o devedor para, no prazo de cinco (05) dias, pagar a dívida com os acréscimos legais ou garantir a execução com oferecimento de bens à penhora”, diz o documento.
De acordo com fontes ouvidas pelo Atual7, o apadrinhamento à Camilo Figueiredo seria uma retribuição de Flávio Dino pelo apoio dado à campanha do comunista ao Palácio dos Leões, na última eleição. Então sarneyzista, o ex-deputado pulou de foice e martelo do barco do suplente de senador Lobão Filho (PMDB), candidato da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), e declarou apoio à Dino durante caminhada e comício realizados em Codó, onde é conhecido com o seu pai, o ex-prefeito Biné Figueiredo, como uma espécie de coronel por manter latifúndios.
Há cerca de um mês, o governador do Maranhão vem sofrendo desgaste nacional por pressão da Comissão Pastoral da Terra (CPT) pela exoneração de Camilo dos quadros do governo por sua ligação com o trabalho escravo na Fazenda Bonfim, pertencente a uma empresa em que foi sócio com os mesmos parentes, Rogério e Rodrigo Figueiredo, a Líder Agropecuária Ltda, flagrada em 2012 em ação conjunta da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Maranhão (SRTE/MA), Ministério Público do Trabalho e Polícia Federal submetendo trabalhadores e crianças à condições análogas às de escravos.
No local, a água consumida era a mesma utilizada pelos animais, retirada de uma lagoa imunda, repleta de girinos.
Peculato e corrupção passiva
Além da execução fiscal, Camilo Figueiredo é alvo da Justiça em outros quatro processos, inclusive por peculato e corrupção passiva, movidos pela Caixa Econômica e pelo Ministério Público Federal. Todos também parados desde fevereiro desde ano.
Deixe um comentário