Política

Ordem para Choque se retirar de Pedrinhas no resgate de presos partiu do delegado Larrat

Comandante da Inteligência da Sejap afrouxou na missão ao saber que criminosos invadiriam Pedrinhas atirando contra os policiais com fuzis AK 47 e 556

Partiu do delegado de Polícia Civil Roberto Larrat, comandante da Inteligência da Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), a ordem para que homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Maranhão se retirassem das proximidades do Complexo Penitenciário de Pedrinhas na madrugada do Domingo de Páscoa (5), quando oito bandidos fortemente armados resgataram quatro presos do Primeiro Comando do Maranhão (PCM) - ramificação da facção que age nas unidades prisionais de São Paulo, o Primeiro Comando da Capital (PCC) - do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pedrinhas.

Comandante da Inteligência da Sejap, Larrat teve medo do Choque bater de frente com os criminosos
Divulgação/Ciops Afrouxou Comandante da Inteligência da Sejap, Larrat teve medo do Choque bater de frente com os criminosos

Larrat era o responsável por receber as informações repassadas pela Inteligência da PM do Piauí, que monitorou os bandidos em Teresina por 15 dias e repassou a informação do plano de resgate dos presos à Secretária de Segurança Pública (SSP) do Maranhão.

No decorrer da Operação Pedrinhas, ao ser informado do registro de um Boletim de Ocorrência no município de Chapadinha, onde a vítima relatou que teve uma S-10 tomada pelo bando e ouviu que os criminosos pretendiam invadir um dos presídios de Pedrinhas atirando de fuzis AK 47 e 556 contra os policiais - como de fato aconteceu - , o delegado afrouxou na missão e, além de não descrever as características da caminhonete roubada e de outros dois veículos que os criminosos utilizavam na ação, determinou que o coordenador do Ciops retirasse as pressas as três viaturas do local e evitassem o confronto, por medo de que o alto poder de fogo dos criminosos acabasse vitimando toda a tropa e destruísse as viaturas.

Posicionando-se atrás de contêineres e pesos de guindastes que ofereciam segurança e visibilidade da BR e do CPD, somente uma das guarnições do Choque conseguiu chegar a tempo no local e ainda trocar tiros com os bandidos no momento da fuga, mas como os policiais estavam distantes da viatura e da baixa em duas guarnições pelo ordem de deslocamento dada por Larrat, quatro detentos foram resgatados de Pedrinhas por meio de uma escada e uma corda.

Erro operacional

A determinação de Roberto Larrat em retirar os homens do Choque das proximidades de Pedrinhas se deu por falta de entrosamento com os comandos da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) e do Grupo Especial de Operações Penitenciárias (Geop), que também sabiam do plano de resgate e chegaram a posicionar homens na área interna dos presídios do complexo penitenciário em sistema de reversamento, mas os retirou pouco tempo depois, sem informar à Larrat.

O medo do vazamento de informações também foi outro motivo que acabou contribuindo para a "falha operacional" da SSP em prender os criminosos e impedir o resgate.

Por determinação de Jefferson Portela, nenhum dos homens escalados para confrontar os bandidos sabia de fato o que estava acontecendo, sendo apenas vendidos na ação, sem qualquer informação sobre o plano de resgate dos presos em Pedrinhas - com exceção de quando os bandidos já estavam em Chapadinha -, e por isso acabaram sendo surpreendidos.



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