Após vídeo de presos operando parceiro em Pedrinhas, CPI Carcerária vem ao MA
Política

Após vídeo de presos operando parceiro em Pedrinhas, CPI Carcerária vem ao MA

Requerimento havia sido apresentado pela deputada Eliziane Gama há mais de dois meses. Visita está marcada para os dias 25 e 26 de junho

Um dia depois do Atual7 mostrar a situação desumana e de caos em que se encontra o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário agendou, para a próxima semana, um visita in loco ao Sistema Prisional do Maranhão.

Parte I: Em Pedrinhas, no Maranhão, presos "operam" parceiro de cela com uma pinça de tirar sobrancelhas. Mais em: http://www.atual7.com/?p=8556

Posted by Atual7 on Segunda, 15 de junho de 2015

Parte II: Em Pedrinhas, no Maranhão, presos "operam" parceiro de cela com uma pinça de tirar sobrancelhas. Mais em: http://www.atual7.com/?p=8556

Posted by Atual7 on Segunda, 15 de junho de 2015

O pedido havia sido feito há pouco mais de dois meses pela deputada federal Eliziane Gama (PPS-MA), aliada do governador Flávio Dino (PCdoB), mas que vem despontando estadual e nacionalmente pela forte independência no mandato. De acordo com a agenda, os parlamentares que integram a comissão estarão no estado nos dias 25 e 26 de junho, para a realização de audiência pública e visitas aos presídios do complexo.

Vídeos exibidos com exclusividade pelo Atual7 revelou que, como ocorria durante o governo da peemedebista Roseana Sarney, os detentos continuam a utilizar aparelhos celulares dentro das celas de Pedrinhas, inclusive chegando a utilizá-los para filmar uma "operação" realizada por eles próprios para retirada de uma bala com uma pinça de tirar sobrancelhas em um dos presos.

Nos quase nove minutos das imagens chocantes, um detento aparece com uma bala alojada na perna, enquanto seus parceiros de cela realizam uma "cirurgia", com a ajuda de uma pinça para tirar sobrancelhas e um pedaço de linha de uma toalha, para tentar retirar a bala.

Outras graves violações aos direitos humanos, como a existência de espancamentos e distribuição de produtos higiênicos vencidos para os presos, também estariam ocorrendo em Pedrinhas, principalmente na  Casa de Detenção (Cadet), e na Central de Custódia de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ), no Anil.

Novo governo, velhas práticas

Conhecido como uma dos piores penitenciárias do país, Pedrinhas tem sofrido há anos com superlotação, mortes, rebeliões, falta de higiene, fugas cinematográficas, deficiência na vigilância, déficit de defensores públicos e precariedade na estrutura das unidades.

A exemplo do governo anterior, a falta de ações concretas do governo Flávio Dino para mudar esse quadro tem culminado no aumento dos problemas enfrentados nos últimos meses pelo Governo do Maranhão.

Segundo autoridades estaduais, por exemplo, partiu de dentro do próprio Complexo Penitenciário de Pedrinhas os telefonemas que avisaram criminosos a posição exata de homens do choque nos arredores dos presídios, que se posicionavam para impedir um resgate, no início de abril deste ano, quando o Presídio São Luís 3 foi crivado de balas de fuzis AK 47 e 556, e quatro presos foram resgatados em uma ação parecida com filmes de Hollywood. Por lá, apesar da Inteligência da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Sejap) possuir um Guardião monitorando tudo, só neste ano, além das mortes e princípios de rebelião, os presos conseguiram fugir por corda, escada e até de "macaquinho".

Diante do quadro de caos, questionada pelo Atual7, quando da apresentação do requerimento à CPI dos Sistema Carcerário, se tinha conhecimento do risco da vinda da comissão ao Maranhão passar uma imagem negativa de Flávio Dino para o país, e se não maquiaria o diagnóstico do sistema prisional do estado, Gama foi taxativa: "Claro que sim. Vamos mostrar tudo".



Comentários 2

  1. vera lcia

    o mais terrível de tudo,é que mesmo diante de tanto caos,alguns detentos ao ganhar liberdade acabam retornando ao presídio pelas mesmas práticas. vai entender o ser humano!

  2. Pingback: Atual7

Comente esta reportagem