O governador Flávio Dino (PCdoB) deu provas ontem, 2, que não vê qualquer problema na distribuição de cargos de alto escalão no Executivo estadual para parentes de seus secretários. Surpreendido com a exibição de uma pergunta feita pelo Atual7 durante entrevista à jornalista Mariana Godoy, da Rede TV, sobre a farra de apadrinhamento que vem promovendo - a exemplos das boquinhas para a mulher, irmãos, primo, amiga e até cunhadas do secretário Márcio Jerry - , Dino esquivou-se do assunto e respondeu sobre nepotismo.

- Como combater o apadrinhamento se o senhor nomeou parentes de secretários no governo? - questionamos.

Ao vivo, em rede nacional, o governador não demonstrou qualquer resquício de vergonha em mudar o foco da pergunta e saiu-se pela tangente respondendo que não nomeou nenhum parente seu no governo, e que por isso não seria ilegal as sinecuras.

- Na verdade, parente meu no governo não há rigorosamente nenhum. Rigorosamente nenhum parente meu - esquivou-se.

Ainda assim, apesar do desvio, Flávio Dino acabou confessando a falta de gerencia em seu próprio governo, além de que não vê qualquer problema em distribuir cargos para os familiares de seus secretários.

- Agora, eu não posso a essas alturas controlar todas as nomeações, todas as situações, e há pessoas que tem história, tem currículo, tem capacidade, para ocupar os cargos, e isso não é ilegal - respondeu, alegando que as sinecuras tem sido distribuídas por questões técnicas e não por parentesco com seus auxiliares no governo.

Ainda na entrevista à Mariana Godoy, Flávio Dino ainda saiu-se com uma pérola digna de raposas da política maranhense: "Eu não posso nomear parentes meus, e não nomeei nenhum, rigorosamente nenhum, agora de secretários... não é nepotismo", disse.

Ao final, mesmo afirmando anteriormente que não vê problema em nomear parentes de secretários em seu governo, o comunista afirmou que os empregos são "boatarias".

Confira Flávio Dino desviando-se da pergunta do Atual7 sobre as sinecuras e afirmando que acha tudo normal no vídeo abaixo.