É fácil explicar o porquê do governador Flávio Dino (PCdoB) ter mudado não somente de discurso, mas de posição após eleito, e não mais se revoltar e se escandalizar com a onda de violência que toma de conta da capital e de todos os outros municípios do Maranhão.

Apesar de, em relação ao governo anterior, ter reduzido o número de policiais militares que fazem sua segurança pessoal e das dependências do Palácio dos Leões, Dino ainda mantém o total de 50 PMs fora das ruas, onde poderiam estar reforçando as ações de segurança da população e de combate à marginalidade, dando sinal de que a segurança pública não tem prioridade em seu governo.

Esse contingente, por exemplo, em vez de estar à disposição total da guarda do chefe do Executivo estadual e de seus familiares - e evitando o acesso de manifestantes ao Palácio dos Leões -, poderia estar fazendo ronda nas proximidades da cabeceira da Via Expressa, por trás do Jaracaty Shopping, em São Luís, local conhecido como de domínio do crime mesmo havendo ali uma câmera de monitoramento da Secretária de Segurança Pública e que, somente na noite desse sábado 4, registrou dois assaltos semelhantes ao ocorrido em 2013, quando o comando do Executivo estadual ainda era de Roseana e Dino rasgava as vestes com a falta de pulso do Estado no combate à criminalidade.

Para quem não recorda, antes de usufruir de todo esse aparato de segurança bancada com dinheiro público, ainda que tenha sido reduzida, essa quantidade de policiais seria motivo de criticas contundentes de Flávio Dino na época em que ele era apenas um candidato de oposição tentando chegar ao poder.