“Financial Times fez uma reportagem para inglês ler”, diz Adriano Sarney
Política

“Financial Times fez uma reportagem para inglês ler”, diz Adriano Sarney

Diário britânico expôs números inventados pelo governador Flávio Dino sobre a economia do Maranhão em edição do último dia 2

O deputado estadual Adriano Sarney (PV) usou uma expressão próxima de uma muita conhecida, nesta quinta-feira 5, cujo sentido o Houaiss define como “para efeito de aparência, sem validez”, para fazer alusão e ao mesmo tempo criticar a publicação do jornal inglês Financial Times, edição do dia 2 deste mês, sob o título “Maranhão brilha em meio à escuridão brasileira”, onde o diário britânico expôs números inventados pelo governador Flávio Dino (PCdoB) sem qualquer documentação comprobatória, mas apenas reproduzindo o discurso do comunista.

Para o deputado, por o veículo ser especializado em assuntos de economia e finanças, algum membro da Oposição ao governo deveria ter sido procurado pela reportagem, o que não ocorreu.

— Eu acredito que o jornal Financial Times fez uma reportagem para inglês ler, só pode ser isso. Porque o Financial Times é um jornal que todos sabem e o próprio nome diz um jornal especializado em economia e finanças. Mas de economia e finanças ele não se aprofundou, porque o Financial Times, que é um jornal considerado sério, não buscou ouvir a Oposição. Eu não me lembro de ter recebido nenhuma ligação de nenhum estrangeiro, repórter, no meu gabinete, para ouvir o que a Oposição acha, pensa, analisa e vê sobre a economia e as finanças do Maranhão — declarou.

Durante o discurso, Adriano destacou que, além de integrante da Oposição, é economista e presidente da Comissão de Assuntos Econômicos da Assembleia, o que lhe garante autoridade para criticar de forma técnica e profunda a forma como foi contextualizada a situação atual da economia maranhense na reportagem.

Segundo o parlamentar, o Financial Times afirma que o atual governo “está eliminando a corrupção e o excesso de gastos públicos” (sic), citando uma economia de R$ 68 milhões “com gastos desnecessários que antes cercavam o governador, como banquetes, champanhe e caviar” (sic), muito embora, a licitação para abastecer as despensas do Palácio dos Leões, incluindo a vice-governadoria e a Casa de Veraneio, teve valor máximo cotado em R$ 745 mil, em 2014. Neste sentido, ele salientou que na gestão anterior o Maranhão crescia a um ritmo anual de 10% ao ano e atualmente a previsão para 2016 é de negativo 2%, segundo dados do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), órgão oficial do governo, referente ao Produto Interno Bruto (PIB).

— Como o jornal foi parcial, estou aqui para citar números que considero crucias para uma análise séria. Um: antes o Maranhão crescia a um ritmo anual de 10% ao ano; hoje, a previsão para 2016 é de negativo 2%. Isso não é o Adriano quem diz, é o próprio Imesc, órgão do governo. Mas, Adriano, o PIB não quer dizer IDH. E o importante é o IDH. Aí, venho com um argumento muito mais interessante: para calcular o IDH, precisa-se de três variáveis. saúde, educação e renda. O que é renda? É PIB. Você aumentando o PIB, melhora o IDH. Então, para aqueles que não entendem o que é IDH, ou que não entendem o que é PIB, está aqui a nossa lição. Próxima questão são os custos: o governo estadual aumentou a folha e também os custos da dívida. Como é que o governo conseguiu pagar esses custos? Aí você vai lá e pergunta a alguém que deu informação ao jornalista e vão dizer: “não, porque nós cortamos quilos e quilos de lagostas; cortamos uísques, cortamos vinho”. Ora, um jornal que é tido como sério vai entrar em picuinha? O governo cortou foi os investimentos. De janeiro a junho de 2014, o governo investiu mais de um um bilhão e quinhentos milhões de reais. Quanto que o atual investiu? Pouco mais de quinhentos milhões; uma diferença de mais de um bilhão de reais. Essa diferença de um bilhão é que foi tirada para pagar aumento da folha e aumento da dívida. E isso que o Financial Times devia muito bem saber — protestou.



Comentários 2

  1. Marx

    O governo anterior investiu 1 Bilhão e 500 milhões, mais acontece que desse valor, 1 bilhão e 100 milhões foi voltado só para corrupção, enriquecimento ilícito de empresas e empresários, dentre outras falcatruas!! Isto você esqueceu de comentar.

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