Para quem tachou como falta de humanidade e gesto de desrespeito a ação tomada pelo secretário de Saúde do Distrito Federal, Fábio Gondim, que foi secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão no governo Roseana Sarney, deve então encontrar agora uma palavra de maior ojeriza que defina bem o que fez o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
No DF, mesmo com a saúde pública na UTI, Gondim saiu de férias em menos de seis meses no cargo. Já no Maranhão, a situação é semelhante, porém, pior: por aqui, também mesmo com a saúde pública em estado terminal, foi o governador quem resolveu sair de férias, e os seis meses é o tempo em que o Hospital Padre Bento Dominici está sem receber repasses da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Localizado no município de Palmeirândia, na Baixada Maranhense, a unidade de 20 leitos está prestes a fechar as portas, por não ter como continuar atendendo a população sem os repasses de R$ 60 mil que deixaram de ser feitos desde julho de 2015.
Inaugurado há quase um ano pelo governo anterior, o Hospital Padre Bento Dominici custou aos cofres públicos o total de R$ 4.936.902,28, sendo R$ 3.695.902,28 em obras civis e R$ 1.241.000,00 em equipamentos. O hospital dispõe de Serviço de Pronto Atendimento (SPA), centro de parto e cirúrgico, exames de raio-x e laboratoriais, farmácia e demais setores administrativos, mas nada que pudesse levar o governador do Maranhão a efetuar os repasses mensalmente, ou que se compare à sua viagem de férias – estranhas, por sinal, já que não levou esposa, Daniele Lima -, antes de quitar os atrasados.
E se você já encontrou um nome para definir o que Flávio Dino fez – ou é – por tirar férias mesmo com o hospital de Palmeirândia sem receber repasses para o seu funcionamento há seis meses, procure agora uma nova palavra: quase todos os outros hospitais mantidos pelo Estado nos municípios estão com os repasses em atraso, entre cinco a quatro meses, incluindo o Regional de Pinheiro, o Hospital Dr. Jackson Lago, também na Baixada Maranhense, e recém-inaugurado pelo comunista.
Outro lado
O Atual7 procurou o secretário de Saúde, Marcos Pacheco, bem como a assessoria de Comunicação da SES e a Secretaria de Estado de Comunicação (Secom), desde o início da tarde, mas nenhum retornou o contato. Único a responder aos questionamentos, o subsecretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, confirmou o atraso nos repasses para Palmeirândia, mas não soube precisar há quantos meses vem ocorrendo, mesma resposta dada também sobre a quantidade de hospitais da rede pública estadual de saúde que estão sem receber. “Dificuldades financeiras. Mas vamos resolver isso em 2016”, justificou ele sobre o motivo dos atrasos.
Baixada abandonada
Não é a primeira vez que, em pouco menos de um mês, Flávio Dino demonstra que não pretende olhar para a população da Baixada Maranhense durante o seu governo.
No início de dezembro do ano passado, conforme publicação no Diário Oficial do Estado do Maranhão, o comunista decidiu cancelar nada menos que R$ 42,8 milhões que seriam investidos na construção dos utópicos Diques da Baixada. Como o dinheiro deveria parar em algum lugar, o próprio D.O. tratou de apontar: o dinheiro foi todo para a construção de estradas no município de São João dos Patos, onde o secretário de Assuntos Políticos e Federativos, Márcio Jerry Barroso, esteve no início de outubro passado, para evento de filiação do pré-candidato patoense a prefeito da cidade, Tio Jardel, ao PCdoB, partido do governador.
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