Parlamentares de oposição prometem apresentar, na tarde deste sábado 16, uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os governadores do nordeste, entre os quais Flávio Dino (PCdoB), por crime de improbidade administrativa e abuso de poder político. Os deputados de siglas como o DEM e PSDB alegam que o governador maranhense tem “negociado cargos no executivo estadual em troca de votos em favor da presidente Dilma Rousseff”.

A petição vai ser entregue na sede da Polícia Federal, em Brasília, e será encaminhada à PGR na segunda-feira 18, após a votação do impeachment.

"É um absurdo. Estão usando a máquina pública de forma desavergonhada, liberando recursos federais, cargos, verbas para Estados e municípios só para converter votos. Estamos vivendo um clima de certa tensão porque a intimidação provocada pelo governo, o jogo sujo e pesado do governo e da presidente Dilma é uma coisa absurda", afirmou o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM).

Outros deputados de oposição se manifestaram à investida de Dino em favor do governo. O mais incisivo foi o deputado Alberto Fraga (DEM-DF). “Governador comunista do Maranhão, ao invés de cuidar melhor do estado, usa a máquina para comprar deputados corruptos do Maranhão! Picareta!”, disse Fraga por meio das redes sociais.

Na noite dessa sexta-feira 15, o Atual7 revelou que, com a autorização do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dino prometeu ao vice-presidente da Câmara, o maranhense Waldir Maranhão (PP), a entrega de pelo menos um ministério para o seu comando, sendo duas as opções: Integração Nacional ou Educação, visto como a “menina dos olhos” do ex-reitor da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).

Além disso, o governador prometeu ainda apoiar Maranhão na disputa por uma cadeira do Senado em 2018. A garantia de vaga ao Senado também foi feita ao ex-governador e deputado federal José Reinaldo (PSB), que também era apontado como voto contrário ao impeachment. O ex-governador mudou de voto após a promessa de Dino. Em 2018, o Maranhão terá duas vagas ao Senado, que ficarão abertas após o fim do mandato dos peemedebistas João Alberto e Edison Lobão.