Uma segunda fase da Operação Lilliput, deflagrada em primeira etapa na manhã desta terça-feira 12, pela Polícia Federal, e que resultou na prisão do mega empreiteiro Antônio Barbosa Alencar e de auditores fiscais da Receita Federal, pode alcançar a ex-governadora Roseana Sarney e seu cunhado e ex-secretário de Saúde do Maranhão, Ricardo Murad, ambos do PMDB. A informação é do Blog do Marcelo Vieira.
Segundo a publicação, no bojo das investigações, há uma gravação de um homem de confiança do empreiteiro sendo interrogado por dois agentes da PF. No áudio, ele revela aos federais como funcionava todo o esquema, entre pagamentos de propinas, fraude a documentos, sonegação fiscal e não pagamento de multas.
Roseana Sarney é apontada pelo delator como a responsável por garantir facilidades à Dimensão Engenharia junto à Vice-Presidência Habitação (VIHAB) da Caixa Econômica Federal (CEF), no Programa Minha Casa Minha Vida. As facilidades, segundo o delator, eram retribuídas por Barbosa à Roseana por meio repasses de dinheiro.
O delatador diz ainda que Ricardo Murad também teria recebido propinas para facilitar a atuação de Barbosa no esquema. O envolvimento de Murad, segundo o delator, teria sido efetuado na construção da nova sede da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ). A ex-chefe da PGJ, Fátima Travassos, também é citada pelo delator. Ela seria parceira de Murad no esquema.
Em maio passado, o ATUAL7 revelou que as obras de construção da suntuoso prédio custaram mais de R$ 25 milhões ao cofres públicos, o que representa 10% a mais que o valor original do contrato. A obra foi feita pela Dimensão Engenharia, e foi inaugurada recentemente, após mais de três anos de atraso.
O MP-MA foi procurado pela reportagem para explicar o motivo do atraso, bem como as razões para os dois aditivos que elevaram o valor da construção do prédio, mas nunca respondeu os questionamentos.