Eleito em 2014 sob a promessa de mudança nas velhas práticas políticas após destronar a oligarquia Sarney, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), passou de trigo para joio. O comunista é um dos nove governadores incluídos pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na nova lista da Lava Jato, maior esquema de corrupção do país já desbaratado pela Polícia Federal.
Dino foi citado em delação premiada do ex-diretor da Odebrecht, José de Carvalho Filho, o qual relatou ter repassado a quantia de R$ 400 mil por fora para o governador na campanha eleitoral de 2010. A propina, segundo o delator, teria sido feito em troca do voto do comunista na Câmara Federal, de projeto de interesse da Odebrecht. A senha para receber o pixuleco, teria sido entregue à época, inclusive, ao próprio então deputado federal.
Como Flávio Dino não tem direito a foro especial, mas foro privilegiado por prerrogativa de função, o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, entendeu que o pedido deveria ser encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Os ministros que receberão o material decidirão se abrem ou não inquérito para apurar os indícios apontados pelo delator. Somente então, caso seja aceita a denúncia, é que o chefe do Executivo estadual maranhense poderá passar à condição de investigado por suposta propinagem. Há, ainda, a possibilidade de Dino ser investigado no próprio Supremo, apesar de não ter foro no tribunal, por estar relacionado aos fatos narrado pelo delator.
Como o chefe da PGR, Rodrigo Janot, pediu a instauração de inquérito contra Flávio Dino baseado na garantia [ou até mesmo já provável comprovação] de que o pagamento da suposta propina foi de fato efetuado pela empreiteira, a expectativa é que Dino passe à condição de investigado.
Pelas redes sociais, o comunista se defende.
Segundo o governador do Maranhão, ele seria inocente, está indignado “por ser citado de modo injusto” sobre atos que não teria praticado e jamais atendeu a qualquer interesse da Odebrecht. Ele diz ainda ter certeza de que a verdade irá prevalecer. “Se um dia houver de fato investigação sobre meu nome, vão encontrar o de sempre: uma vida limpa e honrada”, garante.
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