A Polícia Federal deflagrou, na tarde desta sexta-feira 2, após monitoramento de cerca de 70 dias e a célebre ação controlada, a 4ª fase da Operação Sermão aos Peixes, denominada Operação Rêmora, para brecar desvios de dinheiro público federal destinado ao sistema público estadual de saúde, geridos pelo Instituto de Desenvolvimento e Apoio à Cidadania (Idac), organização social sem fins lucrativos, por meio de contratos com a Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Segundo divulgado pela PF, estão sendo cumpridos 19 mandados judiciais, sendo quatro mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária e nove mandados de busca e apreensão. Os pedidos foram autorizados pela 1ª Vara Criminal Federal da Seção Judiciária do Maranhão. Os nomes dos alvos ainda não foram anunciados. Foi determinado o bloqueio judicial e sequestro de bens, em mais de R$ 12 milhões.
Dois vídeos, do momento da prisão de um funcionário do Idac e da vasculha na sede do instituto, foram distribuídos pela assessoria de comunicação da Polícia Federal.
Atuação nos governos Roseana e Dino
Durante as investigações da Operação Sermão aos Peixes, a PF coletou indícios de que o Idac estaria desviando recursos públicos por meio de saques em espécie diretamente das contas do instituto, usando um funcionário da organização social. A PF diz ainda que, desde novembro de 2015, os alvos da Operação Rêmora passaram a fragmentar esses saques em dinheiro vultuosos, na tentativa de enganar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Apesar de já haver sido citado pela Polícia Federal durante a primeira fase da Sermão aos Peixes, o Idac teve mantido contratos com a SES pelo governador Flávio Dino (PCdoB). Segundo dados levantados pelo ATUAL7 no Portal da Transparência, o instituto já faturou quase R$ 200 milhões no governo comunista, o dobro do que recebeu durante todo o governo Roseana Sarney.
O monitoramento e ação controlada realizada pela Polícia Federal durou cerca de 70 dias, oportunidade em que foi possível reunir indícios de que parte dos valores sacados eram entregues ao presidente do Idac, Antônio Aragão, e a diretores do instituto.
Atualmente, o Idac é quem administra de diversas unidades hospitalares estaduais, dentre elas o Hospital Regional de Carutapera, Hospital Geral de Barreirinhas, Hospital Aquiles Lisboa, Hospital de Paulino Neves, AME Barra do Corda, AME Imperatriz e, recentemente, passou a administrar também a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município de Chapadinha.
Além de Aragão e dos diretores do Idac, segundo divulgado pela Polícia Federal, há fortes indícios de distribuição de somas do dinheiro desviado da SES a políticos. Ainda segundo a PF, o montante dos recursos públicos federais desviados por meio dos saques realizados em espécie ultrapassa R$ 18 milhões.
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