A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o adiamento do prazo para a conclusão do inquérito aberto para investigar suposta lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos ou valores pelo deputado federal Waldir Maranhão (PTdoB). Também é investigado o deputado federal Fernando Dantas Torres (PSD-BA).
O prazo acabaria no próximo dia 16, mas a PF pediu mais 90 dias visando a tomada de declarações de Breno Lúcio Peres Barbosa, Ana Cristina Barbosa Oliveira, Marcos Neves Bresaola e Orlando Siqueira Filho. Relator do processo, o ministro Marco Aurélio abriu vistas à Procuradoria-Geral da República (PGR), na última segunda-feira 11.
A investigação é um desdobramento da Operação Miqueias, que desbaratou uma organização criminosa encabeçada pelo doleiro Fayed Antoine Traboulsi.
De acordo com a PGR, o esquema consistia no desvio de recursos de fundos de pensão de previdência municipal e lavagem de dinheiro. Waldir foi descoberto na Orcrim por um dos delatores, Almir Fonseca Bento. Ele era o responsável pela captação de investimentos para a empresa da quadrilha.
Waldir Maranhão é investigado ainda em outro inquérito criminal no STF, onde é suspeito de haver recebido pelo menos R$ 60 mil em propina para que a Prefeitura Municipal de Santa Luzia investisse em um fundo de investimento controlado por uma quadrilha de doleiro.
Desse total, segundo a PGR, a pedido do deputado, R$ 10 mil teriam sido depositados na conta bancária de sua mulher, Elizabeth Azevedo Cardoso, entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013. O dinheiro teria sido repassado para custear uma viagem ao Rio de Janeiro. Ambos tiverem o sigilo bancário quebrado.