Pegadores: PF pediu prisão preventiva de Orcrim desde novembro de 2016
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Pegadores: PF pediu prisão preventiva de Orcrim desde novembro de 2016

Demora no deferimento ocorreu principalmente em razão do MPF permanecer com os autos por mais de seis meses. Mais de R$ 18 milhões foram desviados

A Polícia Federal encaminhou à Subseção Judiciária do Maranhão no Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, desde o dia 10 de novembro de 2016, pedido de prisão preventiva para a organização criminosa que saqueou recursos públicos federais enviados à Secretaria de Estado da Saúde (SES) nos primeiros anos do governo Flávio Dino, do PCdoB.

A confirmação está na data de distribuição do processo n.º 0040715-18.2016.4.01.3700, no TRF-1, referente aos pedidos de prisão da Operação Pegadores, e desmonta a estratégia desesperada e perigosa encapada pelo Palácio dos Leões, inclusive com a participação de Dino, de que a 5º fase da Sermão aos Peixes teria ocorrido em razão do novo diretor-geral da PF, Fernando Segóvia, ser ligado ao ex-senador José Sarney (PMDB-AP).

De acordo com a movimentação, o processo foi distribuído para a 1ª Vara da Justiça Federal Criminal do Maranhão no mesmo dia de sua autuação, e a principal demora no deferimento dos pedidos ocorreu em razão do Ministério Público Federal (MPF) haver tomado os autos, de dois volumes, no dia 11 de novembro do ano passado e só devolvido no dia 6 e junho deste ano.

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Antes da juíza federal substituta Paula Souza Moraes converter os pedidos de prisão preventiva de alguns investigados em prisão temporária, inclusive, o processo esteve aos cuidados do juiz federal substituto Victor Oliveira de Queiroz.

Caso não houvesse ocorrido a demora, o deferimento aos pedidos de prisão poderia ter sido feito bem antes, e os desvio de dinheiro público possivelmente seria menor, já que a representação feita pela PF dava conta do dinheiro subtraído apenas entre os anos de 2015 e 2016. Como houve a demora, a quadrilha continuou agindo agora em 2017, afanando mais de R$ 18 milhões milhões da saúde pública estadual nos três últimos anos, segundo levantamento da força-tarefa da Sermão aos Peixes, formada pela PF, MPF, Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) e Receita Federal.

Este período de um ano de investigação enquanto aguardava o deferimento dos pedidos de prisão, inclusive, serviu para a PF descobrir a participação ativa de outros agentes públicos na organização criminosa, dentre eles secretários estaduais, que não foram alvos da operação realizada no meio desta semana, mas estão na mira da força-tarefa e devem ser todos presos nas próximas fases da Sermão aos Peixes.



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