Rasteiras de Flávio Dino em aliados de 2014 complicam alianças para 2018
Política

Rasteiras de Flávio Dino em aliados de 2014 complicam alianças para 2018

Poucos meses após sentar no Palácio, governador tomou as pastas de Roberto Rocha, Eliziane Gama e Weverton Rocha. Também foram alvos da trairagem Zé Reinaldo, Waldir Maranhão e Márcio Jardim

Se há no Maranhão um político que se encaixa perfeitamente na personificação da trairagem, ele tem nome e sobrenome: Flávio Dino, do PCdoB.

Eleito em 2014 numa ampla costura partidária, bastou apenas alguns meses para que o chefe do Executivo estadual passasse a rasteira nos principais responsáveis pela sua chegada ao Palácio dos Leões, despudoradamente cooptando alguns dos indicados destes e assumindo o controle total das pastas entregues aos aliados, ainda durante a montagem da chapa do pleito passado.

De 2015 até agora, Dino já traiu e tomou as secretarias estaduais de Cultura, entregue a Eliziane Gama (PPS), que lhe garantiu parcela considerável de votos ao abdicar da disputa pelo governo para concorrer à Câmara dos Deputados; do Meio Ambiente, dada a Roberto Rocha (atualmente no PSDB, mas à época no PSB), principal responsável pelo leque de partidos que lhe garantiu musculatura e tempo de televisão e rádio para apresentar à população a já esquecida “mudança”; e Educação, de Weverton Rocha (PDT), que além do tempo eleitoral doado, aguardava o cumprimento de um acordo fechado ainda em 2012 e tem a maior militância política da capital e uma das fortes do Maranhão.

Quem também já sentiu e ainda sente o peso da traição do comunista é o ex-governador e atual deputado federal José Reinaldo Tavares (ainda no PSB, mas já a caminho acertado para o DEM).

Depois de, inicialmente, ver a então poderosa Casa Civil, onde seu sobrinho Marcelo Tavares é titular, ser escandalosamente esvaziada, o parlamentar perdeu o comando da Agência Estadual de Mobilidade Urbana (MOB) e da Companhia Maranhense de Gás (Gasmar). Além disso, mesmo diante do peso de seu próprio nome em todo o Maranhão, de ser o principal patrono da vida política do governador, e de ter o apoio do triunvirato da política maranhense, Zé Reinaldo tem sido frequentemente desmoralizado e até desprezado por Dino em relação a sua pré-candidatura ao Senado Federal.

Ainda no mapa da traição, Flávio Dino deu nova rasteira no PDT de Rocha, quando exonerou de forma obscura a subsecretária Rosângela Curado, a quem, ainda que tenha apoiado forçadamente, tentou derrubar a todo custo da disputa pela prefeitura de Imperatriz em 2016, e nunca saiu em defesa pública, mesmo diante das fortes acusações que pesam contra a pedetista na Operação Pegadores.

Embora se possa alegar que o PDT ganhou de presente o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do Maranhão, aos mais próximos, a indicada do deputado Weverton Rocha, a advogada Larissa Abdalla Britto, tem frequentemente reclamado que é vergonhosa e petulante a forma como o antigo diretor do local, Antônio Leitão Nunes, ex-sócio de Flávio Dino, vigia cada passo que ela dá no órgão.

Na timeline da trairagem, mais recentemente, o alvo foi o petista Márcio Jardim.

Derrubado da pasta de Esporte e Juventude, ele provou nesta semana o dissabor de, assim como vem acontecendo com Zé Reinaldo, ver seu nome e história política completamente ignorados pelo atual mandatário do Palácio dos Leões.

Até mesmo o famigerado Waldir Maranhão foi traído por Dino.

Humilhado nacionalmente após seguir os conselhos do governador no célebre caso da anulação do impeachment de Dilma Rousseff (PT), Maranhão batia no peito e alargava o sorriso quase coberto pelo grosso bigode quando declarava que a palavra dada pelo comunista seria cumprida, e que a ignomínia seria recompensada com uma vaga ao Senado ano que vem. O tempo passou, ele perdeu o comando do PP, é só mais um no Avante e agora terá de lutar por uma quase impossível reeleição.

Se traiu os aliados quando sabia que mais na frente, isto é, agora em 2018, necessitaria novamente de auxílio, de apoio, qual a garantia de que Flávio Dino, se reeleito ano que vem, vai cumprir algum dos vários acordos que ele vem fazendo e prometendo de pés juntos que vai cumprir? E quem ainda acredita?



Comentários 5

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  3. Felipe Silva

    Caro blogueiro o seu texto é carregado de falácias, sua tática é de santificar o maior traidor da História do Maranhão que é o famoso senador asa de avião (Roberto Rocha) esse sim merece o título de maior traidor. De onde você tirou que RR foi responsável pela aglutinação dos partidos na chapa vitoriosa do governador Flávio Dino em 2014? RR não consegue agregar ninguém meu caro, um desacreditado. Todos os outros citados continuam firme com o governador Flávio Dino tendo os seus partidos ocupando cargos de relevância: PDT ( Detran, CAEMA, AGED, Secretária de Agricultura) Waldir Maranhão indicou a atual secretaria das cidades, Zé Reinaldo indicou o atual representante da GASMAR E outros setores, a deputada Eliziane na época se indispôs com a ex secretaria de cultura Ester Sá Marques como é do conhecimento de todos, mas para o desespero de vocês todos absolutamente todos estão na base de apoio e no projeto de reeleição. O desespero da oligarquia é gigantesco pois a chance de subjugar novamente o MA são pífias.

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