Pode até não ser apenas uma tática de marketing, mas os ataques ao juiz Sérgio Moro, somados às defesas do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), têm garantido ao governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), elevada projeção nacional.
Com exceção de publicações pagas com dinheiro público, as únicas inserções fora do estado, de cunho não negativo para o comunista, têm sido baseadas nas declarações dadas por ele nas redes sociais, a respeito da condução da Lava Jato.
Embora reconhecido censurador da liberdade de expressão, Dino vem disparado diversos petardos em suas declarações sobre o processo. Nos mais ressentes, ele classificou a condenação de Lula por Moro, relacionadas ao triplex do Guarujá, de “sequência de absurdos jurídicos”; e duvidou que os desembargadores do TRF-4 possam confirmar o que qualificou como “argumentação jurídica tão precária e dissociada da prova dos autos”.
Ainda que, também, não seja apenas uma tática eleitoral, o tripé de atacar Moro, defender o petista e exageradamente questionar a maior operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) contra a corrupção no país, podem render a Flávio Dino algo que, pelo menos em outubro próximo, vale para ele muito mais do que a propagação de sua imagem e massageamento de seu ego por todo o país: votos.
Num estado onde o programa federal Bolsa Família e outras políticas sociais predominam, com Roseana Sarney (MDB) escondida da população e da imprensa, e os demais adversários totalmente avessos ao PT, o governador do Maranhão vem caminhando livre para conquistar em 2018 a maioria esmagadora, ou mesmo todos os eleitores maranhenses que sonham com o retorno do maior líder da esquerda — ainda que seja a caviar — à Presidência da República.