O coordenador do Instituto de Medicina Legal (IML) de Teresina (PI) e médico-legista, André Biondi Ferraz, declarou ao portal GP1 que ainda não é possível afirmar se o médico piauiense Mariano de Castro Silva — encontrado enforcado em seu apartamento, onde cumpria prisão domiciliar, na noite dessa quinta-feira 12 — suicidou-se ou foi vítima de homicídio.
“O corpo chegou na noite e foi examinado pelo médico-legista. E a causa morte aparentemente está por asfixia, mas ainda está sendo delineado. A asfixia pode ser suicídio ou homicídio, mas ainda não dá para a gente antecipar. O mais adequado é a gente aguardar o laudo do médico-perito”, explicou.
Alvo da Operação Pegadores, deflagrada no ano passado pela Polícia Federal, Mariano era apontado pelos investigadores como o operador da organização criminosa concebida nos primeiros meses do governo Flávio Dino, do PCdoB. Mais de R$ 18 milhões foram assaltos dos cofres da Secretaria de Estado da Saúde (SES), oriundo de verba federal destinada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do esquema.
Carta-bomba
Numa carta divulgada durante a semana pelo Blog do Neto Ferreira, atribuída a punho próprio de Mariano Silva, há relatos de como funcionava a Orcrim, além da citação a diversos políticos, empresários e autoridades da política maranhense, como supostos integrantes da quadrilha.
O próprio Dino, além do secretário estadual de Saúde, Carlos Lula — que barrou as investigações da Pegadores no Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, após perceber iminente risco de ser preso, estão dentre os citados na carta-bomba.
“A culpa não pode ficar só comigo…”, diz trecho do manuscrito.
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