O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), mudou. Antes furta-cor, apoiando abertamente mais de um candidato à Presidência da República, mas sem declarar em qual deles depositaria seu voto na urna, o comunista antecipou-se restando menos de duas semanas para o pleito. Ele, que recentemente defendeu o abandono do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela esquerda brasileira, agora é Fernando Haddad (PT).
A mudança ocorre logo após o Ibope, em pesquisa divulgada na semana passada, apontar que o candidato do ex-presidente Lula pulou de tímidos 4% que possuía no final de agosto para 36% agora nas últimas semanas de setembro, liderando a disputa presidencial no estado.
“Lula foi o melhor presidente que o país já teve, com seus erros e seus acertos. Lula representa uma forma de governar e por isso o meu voto pessoal será do Haddad. Porque nós podemos permitir que as eleições descambem para o ódio, confusão e briga”, afirmou em discurso no último de fim semana.
Quando declarou o voto em Haddad, ao lado dele, em ato de campanha realizado em São Luís, estavam os dois candidatos ao Senado pela sua coligação.
Um deles é Weverton Rocha, aliado caninamente fiel e líder do partido de Ciro Gomes na Câmara dos Deputados, mas que para chegar à Câmara Alta também tem deixado de lado o correligionário e se autointitulado como único candidato ao Senado de Lula e Haddad no Maranhão. A outra é Eliziane Gama (PPS), que já esteve com Roseana Sarney (MDB) e outros adversários do comunista ao longo de sua trajetória política e, mesmo tendo votado pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) e ter buscado holofote nacional partido para cima do ex-presidente Lula e os governos petistas na CPI da Petrobras, é a queridinha do governador na corrida eleitoral.