Instituto que teve pesquisa assinada por morta volta a apontar vitória de Dino
Política

Instituto que teve pesquisa assinada por morta volta a apontar vitória de Dino

Econométrica teve ainda um dos filhos de seu sócio-proprietário nomeado como assessor especial do governo e integrante do Conselhão, logo no início da gestão comunista

Pesquisa da Econométrica, que diz ter entrevistado 1.347 eleitores entre os dias 15 e 19 deste mês, após recebimento de R$ 30 mil da empresa Irmãos Oliveira Comunicações Ltda, de Codó, voltou a apontar a vitória do governador Flávio Dino (PCdoB) no primeiro turno. No início do mês, o instituto já indicava o mesmo resultado em uma pesquisa assinada por uma profissional morta há duas semanas antes do levantamento.

Após a descoberta, a TV Guará, que pagou pela primeira sondagem, decidiu retirar todos os resultados do ar e lamentou o ocorrido. O caso segue em investigação na Polícia Federal.

Assim como a anterior, a nova pesquisa Econométrica, registrada sob o número MA-04166/2018 e com um intervalo de confiança de 95% e margem de erro é de 2,6%, garante também que a candidata ao Senado Eliziane Gama lidera a intenção de votos do eleitorado maranhense. E diz ainda que o outro candidato de Dino à Câmara Alta, Weverton Rocha (PDT), está tecnicamente empatado com ela.

Em 2014, quando Flávio Dino disputou o comando do Palácio dos Leões contra o suplente de senador Edison Lobão Filho, o Edinho (MDB), a Econométrica foi alvo de diversas representações eleitorais pelo PCdoB. A alegação era de que o instituto realizada pesquisas tendenciosas e que não obedecia as regras que exige o registro de pesquisas.

Ao tomar o poder, porém, a desconfiança deu lugar à mudança e um dos filhos do sócio-proprietário do instituto, Jorge Andres Zubicueta Goic, foi nomeado pelo governo comunista no cargo de Assessor Especial de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas, subordinado à Casa Civil, com simbologia Isolado — o sonhado ISO que todo servidor público busca conquistar, por ser a remuneração mais bem paga no poder público, equiparado ao salário de um secretário de Estado.

Também logo nos primeiros dias de poder, Flávio Dino alçou Zubicueta à integrante do Conselho de Gestão Estratégica das Políticas Públicas do Governo do Maranhão, o famoso Conselhão, onde os membros percebem uma remuneração por fora para comparecerem a reunião realizada a cada 30 dias, mesmo que lá entrem mudos e saiam calados. Basta marcar a presença, ou justificar a falta dela, para o dinheiro cair na conta.



Comente esta reportagem