Desmonte do Cosar pode ter favorecido assalto em Bacabal
Política

Desmonte do Cosar pode ter favorecido assalto em Bacabal

Grupo especial tem pouca munição para combates, sofreu desligamento de operadores e passou a ser utilizado até para fazer segurança de eventos festivos

A estratégia equivocada do governador Flávio Dino (PCdoB) na contenção de despesas e na promoção de ações de marketing, somada à suposta política de perseguição e egocêntrica do comandante do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar do Maranhão, coronel Antônio Carlos Sodré, pode ter favorecido a ação da quadrilha que assaltou o Banco do Brasil da cidade de Bacabal, no último domingo 25.

Segundo fontes ouvidas pelo ATUAL7, aproveitando-se da queda dos ataques às agências e instituições financeiras no estado após a criação do Comando de Sobrevivência em Área Rural (Cosar), subordinado ao BOPE, Dino teria autorizado diversos cortes de despesas da tropa, provocando o seu desmonte.

Uma das áreas mais afetadas foi a formação do Cosar, que teve as esquipes de combate ao crime organizado diminuídas. Em Bacabal, por exemplo, onde o Cosar tem base, a quantidade de operadores, que antes era de 16, caiu para a metade. Além disso, a tropa deixou de ser volante e passou a ser fixa. As diárias, concedidas para auxilio nas investigações e, principalmente, monitoramento das quadrilhas, foram diminuídas e os repasses prologados a cada três meses, ou em algumas vezes até mais.

O contingenciamento atingiu até mesmo a lancha do BOPE, que para diminuição de despesas com combustível e manutenção fica agora ancorada em São Luís. Essa contenção, inclusive, foi a que mais facilitou a ação do assaltantes em Bacabal, que — antes de atear fogo em veículos na ponte sobre o Rio Mearim — jogaram diversos malotes do dinheiro roubado do Banco do Brasil nas águas do rio, utilizado pelo bando como rota para parte do dinheiro.

Ainda segundo as fontes, apesar do alto poder de fogo das quadrilhas, os operadores do Cosar são autorizados a levar apenas cerca de 500 munições por missão. Algumas missões, inclusive, teriam sido abortadas pelo Cel. Sodré, sob a alegação de economia nas munições e de que a ida do grupo especial para combate em alguns desses ataques seriam apenas uma isca dos assaltantes, que estariam trabalhando há meses para tornar livre o caminho para uma possível ação criminosa na empresa de segurança e transportadora de valores Prosegur, que fica em Bacabal, apontada como objetivo principal dos assaltantes.

Contribuindo para o enfraquecimento do Cosar, o Cel. Sodré, dizem as fontes, por supostas desavenças pessoais com integrantes da tropa, teria desligado pelo menos 20 operadores do grupo especial no último ano, e passado a dificultar a cessão de folgas.

Por ordem do Palácio dos Leões, ele teria ainda desfigurado a especialidade do Cosar, que é de combate em áreas rurais de difícil acesso, ao utilizar a tropa em áreas urbanas, inclusive para fazer a segurança de eventos festivos, como o Carnaval em São Luís, e de eventos políticos promovidos por vereadores da capital. Para auxiliar na imagem do governador Flávio Dino na questão da segurança pública, o Cosar também estaria sendo utilizado para fazer o trabalho da Ronda Ostensiva Tática Móvel (Rotam) em diversos bairros tidos como feudos desses vereadores.

O Governo do Maranhão foi procurado pelo ATUAL7, por meio de e-mail encaminhado às pastas de Comunicação e de Segurança Pública, para se posicionar sobre o assunto, mas não retornou o contato até a publicação desta matéria.



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