A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão, nesta sexta-feira 27, na casa e no escritório de advocacia de Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República, em Brasília (DF).
A ordem partiu do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), após Janot ter declarado em um livro de memórias – “Nada Menos que Tudo” (editora Planeta), escrito com a colaboração dos jornalistas Jailton de Carvalho e Guilherme Evelin – e à imprensa, nessa quinta 26, a intenção de assassinar o também ministro do STF, Gilmar Mendes, em 2017.
A medida foi decretada de ofício, ou seja, sem provocação do Ministério Público Federal, no âmbito do inquérito combo que investiga supostas fake news e ameaças a integrantes da corte.
Segundo contou Janot, numa ocasião, ele foi armado ao Supremo com a intenção de matar Gilmar e, em seguida, suicidar-se. “Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar”, afirmou Janot ao jornal O Estado de S.Paulo.
O caso teria ocorrido em maio de 2017, quando o então procurador-geral da República pediu o impedimento de Gilmar Mendes na análise de um habeas corpus do empresário Eike Batista.
Rodrigo Janot sustentava que haveria suspeição já que a mulher do ministro, Guiomar Mendes, atuava no escritório Sérgio Bermudes, que advogava para o empresário.
Em ofício ao Supremo, o ministro afirmou não ser suspeito e citou que a filha de Janot advogava para a OAS junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O STF proíbe a entrada de pessoas portando qualquer tipo de arma, mas autoridades que ingressam nas instalações do tribunal – como parlamentares, governadores e procuradores-gerais da República – não passam por detectores de metais, já que utilizam um acesso restrito, diferente daquele usado pelo público comum.
Deixe um comentário