Aliados de Neto Evangelista erram ao comparar pesquisas de institutos diferentes
Política

Aliados de Neto Evangelista erram ao comparar pesquisas de institutos diferentes

Levantamentos não podem ser comparados porque têm metodologias, tamanhos de amostras, questionários e até margem de erro distintas

Para tentar massificar que a preferência do eleitorado da capital pela pré-candidatura de Neto Evangelista (DEM) a prefeito de São Luís estaria crescendo, e a de Eduardo Braide (PODE) caindo, aliados do democrata tem feito comparações entre pesquisas de diferentes institutos. A leitura dos dados, porém, é equivocada, e induz o eleitor da capital ao erro.

Segundo checagem do ATUAL7 nas pesquisas das eleições 2020 registradas no sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e já divulgadas, há diversas disparidades que impossibilitam qualquer comparativo que possa se levar em consideração.

O primeiro levantamento do pleito deste ano, por exemplo, do Datailha, foi realizado entre os dias 29 e 31 de janeiro, mediante amostragem polietápico por área (Multistage Área Sampling), em 40 bairros da cidade, com 980 eleitores. Sob o número MA-01492/2020, com margem de erro de 3,3%, diversos cenários estimulados foram incluídos na sondagem, até mesmo com nomes de quem nunca se colocou para a corrida, como Márcio Jerry (PCdoB), Roseana Sarney (MDB), Antônio Araújo (PCdoB) e Jefferson Portela (PCdoB).

Cinco meses depois, entre os dias 29 de junho e 2 de julho, o instituto Prever ouviu 1.006 eleitores, com margem de erro de 3%, em entrevistas pessoais e domiciliares em 68 bairros. Na pesquisa estimulada MA-04571/2020, foram incluídos nomes que, à época, ainda insinuaram que estariam na disputa, como Honorato Fernandes (PT) e Silvio Antônio (PSL).

Entre os dias 13 e 15 de julho, o Datailha voltou a realizar nova sondagem, porém, a pesquisa MA-00027/2020 ouviu 1.014 eleitores, em 41 bairros, ainda que novamente sob o método de amostragem polietápico por área. Diferentemente da anterior, desta vez, a margem de erro foi de 3% e, sem qualquer explicação pública, o Datailha não incluiu nas entrevistas nomes já confirmados na eleição municipal, a exemplo de Detinha (PL) e Franklin Douglas (PSOL).

Além disso, houve uma manipulação descarada em favor do pré-candidato Rubens Pereira Júnior, apontado falsamente no levantamento como apoiado pelo ex-presidente Lula (PT).

Também realizada em julho, com margem de erro de 3%, a JPesquisa MA-02519/2020 ouviu 1.000 eleitores entre os dias 21 e 24 daquele mês, pelo método PPT (probabilidade proporcional ao tamanho), sem divulgação de quais bairros foram abrangidos pelo levantamento. Quase dez nomes incluídos nas pesquisas do Datailha e Prever não foram incluídos na sondagem.

Já o Ibope, divulgado nessa segunda-feira 10, sob o número MA-05532/2020, entrevistou 602 pessoas entre os dias 30 de julho e 5 de agosto, também pelo método PPT, em 86 setores de fluxo em São Luís. Porém, além da margem de erro ser de 4%, a única entrevista estimulada também não apresentou nomes incluídos em levantamento de outros institutos.

Como se percebe, as pesquisas de institutos diferentes não podem ser comparadas porque foram realizadas com metodologias, tamanhos de amostras, questionários e até margem de erro distintas.



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