No MA, candidatos ignoram pandemia e causam aglomeração em convenções
Política

No MA, candidatos ignoram pandemia e causam aglomeração em convenções

Descumprimento ao distanciamento seguro denota prática de conduta abusiva e criminosa, e pode levar à cassação do registro

Em completo desrespeito e falta de empatia com familiares das mais de 3,5 mil pessoas mortas pela Covid-19 no Maranhão, diversos candidatos a prefeito, unicamente sensibilizados a mostrar a força de militâncias e de eleitores desinformados sobre a pandemia, têm descumprido orientações das autoridades sanitárias e causado aglomeração em suas respectivas convenções partidárias.

É o caso de Duarte Júnior, postulante à prefeitura de São Luís pelo Republicanos, partido do vice-governador Carlos Brandão. Apesar do decreto 36045/2020, editado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) em agosto, haver liberado apenas a realização de eventos de pequeno porte e com limite máximo de 100 pessoas, o próprio candidato divulgou nas redes sociais, com fotos, que “milhares de pessoas” estiveram presentes na confirmação de sua candidatura, no último sábado 12, no Parque Folclórico da Vila Palmeira. As milhares de cadeiras já posicionadas pela organização para o evento (veja foto em destaque) indicam que houve a intenção deliberada de causar a aglomeração. Duarte ignorou também o uso de máscara e beijou uma criança.

Ainda em São Luís, também causaram aglomeração os candidatos a prefeito Neto Evangelista (DEM) e Rubens Pereira Júnior (PCdoB), que também estiveram sem máscara durante parte dos eventos. Segundo divulgado pela assessoria do democrata, a convenção realizada no sábado reuniu mais de 5 mil pessoas, no Ceprama, Areinha. Já o comunista fez a militância superlotar o Ginásio Costa Rodrigues, no Centro, que tem a capacidade para duas mil pessoas.

Todos são aliados do Dino e fazem parte do consórcio de candidatos do Palácio dos Leões.

O desrespeito também pode ser observado em São José de Ribamar, segundo maior colégio eleitoral do Maranhão, com Eudes Sampaio (PTB), em convenção realizada na casa de shows Dito e Feito, no domingo 13. O evento contou com a presença de Luis Fernando Silva, ex-prefeito da cidade e secretário do governo Dino.

Candidatos a prefeito em municípios no interior do Maranhão também têm demonstrado falta de afeição às vítimas do novo coronavírus e desrespeito às autoridades sanitárias.

É o que se observa em publicações nas redes sociais e em blogs sobre os eventos dos candidatos ao Executivo municipal Nonatinho Promotor, em São Bernardo; Graciane Miranda (PCdoB, Lagoa Grande do Maranhão); Vanessa Maia (SD, Pedreiras); Dirce do Jailson (PDT, Lima Campos); Creginaldo Rodrigues (Republicanos, São José dos Basílios); Dóris Rios (PDT, Vitória do Mearim); Dino Penha (PL, São Bento); Jonas Magno (PDT, Rosário); Fufuca Dantas (PP, Alto Alegre do Pindaré); Francisco Pinheiro (PDT, Poção de Pedras); Magno Bacelar (Cidadania, Chapadinha); Felipe dos Pneus (Republicanos, Santa Inês); Raimundo Antônio (PL, Pedro do Rosário); Zezildo Almeida (PTB, Santa Helena); Edvan Brandão (PDT, Bacabal); e, principalmente, de Maura Jorge (PSDB) e Laércio Arruda (PCdoB), que têm militâncias disputando nas redes sociais e em blogs quem aglomerou mais pessoas.

As violações têm ocorrido enquanto o MPE (Ministério Público Eleitoral) no Maranhão, sob comando do procurador da República Juracir Guimarães Júnior, e o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Maranhão, sob a presidência do desembargador Tyrone Silva, discutem com os partidos, “de forma democrática”, a formalização de uma portaria para regulamentar protocolos e medidas sanitárias de prevenção à Covid-19 nas eleições de 2020.

O descumprimento ao distanciamento seguro causado pelo candidatos, que segundo o MP Eleitoral denota prática de conduta abusiva e criminosa, que pode levar à cassação do registro, torna inútil as medidas sanitárias e protocolos adotados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para evitar aglomerações no pleito, como a suspensão do uso da identificação biométrica no dia da votação, ampliação do tempo de votação para priorizar pessoas idosas e o adiamento das eleições de outubro para novembro.



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