Após reunião com Dino e Brandão sobre 2022, Weverton diz que vai continuar trabalhando no Senado
Política

Após reunião com Dino e Brandão sobre 2022, Weverton diz que vai continuar trabalhando no Senado

Para tomar as rédeas e liderança do grupo, governador descumpriu a própria palavra, de que só trataria sobre eleições após a pandemia

O senador Weverton Rocha (PDT-MA) deu o primeiro sinal público de que pode antecipar a desistência da aventura de 2022 e fechar apoio ao nome do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), sucessor natural e candidato de Flávio Dino (PCdoB) ao Palácio dos Leões.

Após reunião com Dino e Brandão nessa quinta-feira (15), na sede do Poder Executivo, o pedetista declarou nas redes sociais que vai continuar ocupando-se com o Maranhão na Câmara Alta.

“Boa conversa hoje com o governador Flávio Dino e o vice-governador Carlos Brandão. As mudanças positivas precisam continuar e no Senado estarei sempre trabalhando para apoiar o Maranhão. Nosso grupo segue firme, focado no que importa: o melhor para os maranhenses”, publicou, com uma foto em que Dino e Brandão aparecem sorrindo e, somente ele, emburrado.

Convocada pelo governador do Maranhão, a reunião aconteceu dois dias após o ATUAL7 apontar que o perfil, até então, acanhado e apático de Dino sobre a própria sucessão estava favorecendo Weverton, que vinha insuflando rebeldia na base aliada dinista.

Ao reagir à insubordinação, Flávio Dino descumpriu com a própria palavra. Em março, em entrevista à TV Mirante, o comunista havia afirmado que somente após a pandemia, “lá pro mês de julho”, é que o diálogo com a base aliada sobre 2022 seria iniciado.

“Hoje tive longa e produtiva reunião com o vice-governador Carlos Brandão e com o senador Weverton. Somos aliados de longa data e temos compromisso quanto à continuidade das mudanças positivas no Maranhão. No tempo certo, irei coordenar os diálogos necessários com o nosso grupo”, afirmou o governador.

Segundo apurou o ATUAL7 com fontes próximas do trio, na reunião, Flávio Dino lembrou que Brandão e Weverton já fizeram gestos um ao outro, e acertou que serão realizadas ao menos três pesquisas qualitativas com os nomes dos aliados para, após o resultado final, apresentar ao colegiado de partidos que integram o governo. Embora aparente que há possibilidade de que Weverton possa ser o candidato dinista, a estratégia de utilizar pesquisas qualitativas já foi usada por Dino em 2012 na corrida pela Prefeitura de São Luís, quando ele já havia ungido Edivaldo Holanda Júnior (PDT), mas embromou os demais aliados com o mesmo plano.

Além disso, a tendência é que o envolvimento de Weverton Rocha em diversos casos relacionados à corrupção, principalmente o de desvio de dinheiro público envolvendo a reforma do Ginásio Costa Rodrigues, na capital, pesem negativamente contra o pedetista nas sondagens.

Antes de reunir-se com o governador e o vice, em entrevista a Mirante AM nesta semana, o senador do PDT havia retardado o ímpeto e afirmado que nunca declarou publicamente que é pré-candidato ao governo. O recuo estratégico ocorreu em meio à orientação de Flávio Dino aos secretários estaduais que serão candidatos à Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa, para que passem a declarar apoio a Carlos Brandão nas redes sociais.

Neste sentido, para remover eventual pecha de derrotado, Weverton pode alegar que não recuou na disputa, já que, segundo alegou, nunca entrou publicamente nela.

A tomada das rédeas por Flávio Dino foi destacada por Brandão. Apesar de que a eleição e reeleição do grupo em 2022 passará por suas mãos, em publicação nas redes sociais sobre a reunião no Palácio dos Leões, o vice-governador do Maranhão repercutiu Dino e ressaltou que o líder do grupo é o comunista.

“Acrescentaria só mais um ponto: a reunião que tivemos hoje, sob o seu comando, mostra que temos um líder. Encontro proveitoso, sim, porque entendemos que construímos forte alicerce, ao longo destes anos de caminhada”, agregou Brandão ao debate.



Comente esta reportagem