Para Eliziane, reverendo Amilton Gomes usou a fé para fazer negociação de vacinas
Política

Para Eliziane, reverendo Amilton Gomes usou a fé para fazer negociação de vacinas

Rapidez e a facilidade com que religioso conseguiu acesso ao governo Jair Bolsonaro a senadora da CPI da Covid-19

A líder do bloco parlamentar Senado Independente, Eliziane Gama (Cidadania-MA), reagiu com firmeza ao ouvir nessa terça-feira (03), na CPI da Covid-19, o reverendo Amilton Gomes de Paula afirmar que não tem contatos privilegiados no governo Bolsonaro, apesar de não conseguir explicar como teve rápido acesso ao Ministério da Saúde para intermediar negociações paralelas para compra de 400 milhões de doses de vacina da AstraZeneca.

A rapidez e a facilidade com que reverendo conseguiu acesso ao governo espantou a parlamentar, representante da bancada feminina do Senado na CPI da Pandemia.

“Apesar de negar, o senhor tem relações com o governo. Não dá para acreditar nessa sua história. É triste quando se usa a fé para fazer lobby e negócios. O senhor diz que não conhecia ninguém, mas foi recebido pelo alto escalão do governo”, afirmou Eliziane.

Presidente da Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Huminitários), Amilton contou que enviou e-mail ao Ministério da Saúde no dia 22 de fevereiro, pedindo uma reunião, e foi recebido no mesmo dia pelo então diretor de Imunização e Doenças Transmissíveis da SVS (Secretaria de Vigilância em Saúde) do ministério, Lauricio Monteiro Cruz. Dias, e depois conseguiu ser recebido por Élcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde.

A senadora disse que o depoimento do reverendo, depois de mais de um mês de adiamento, veio recheado de contradições e mostrou claramente a “instrumentalização” da religião com os objetivos políticos e financeiros.

‘Trabalho humanitário‘

Amilton negou a Eliziane Gama que tivesse tido encontro com o presidente da República Jair Bolsonaro para oferecer as vacinas, apesar da senadora apresentar diálogos entre ele e o cabo da PM, Luiz Paulo Dominghetti, intermediador da Davatti, nos quais passa influência junto ao Palácio do Planalto.

O depoente também mentiu ter influência junto a senadores e deputados, mas tem três parlamentares como presidentes de honra de sua entidade, que ele insistiu em dizer que realização apenas um “trabalho humanitário”.



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