Roberto Rocha promove transfobia contra Bota Pó, é criticado nas redes sociais e publicação é excluída
Política

Roberto Rocha promove transfobia contra Bota Pó, é criticado nas redes sociais e publicação é excluída

Apesar de publicação no Instagram haver sido tirada do ar, senador maranhense disse ao ATUAL7 que mantém intacto o posicionamento

O senador Roberto Rocha (PSDB-MA) está sendo criticado nas redes sociais após promover transfobia contra a digital influencer Alex Brito, mais conhecido como Bota Pó, de 16 anos, que faz sucesso na internet com bordões, vídeos de humor e virou fenômeno entre famosos.

Moradora de Bacabal, interior do Maranhão, ela estrelou campanha de plataforma de educação da rede pública estadual na internet. Misturando ataques políticos ao governador Flávio Dino (PSB), de quem é desafeto, Rocha a provocou seus seguidores no Instagram a responderem se a peça era uma “apologia a homossexualidade ou não”, reverberou discurso de ódio de raiz bolsonarista e defendeu que o governo do Estado deveria ter escolhido como garoto propaganda “um maranhense que tenha se destacado em alguma área” e não “um jovem homossexual assumido fazendo o papel de menina”.

“Lamentável essa situação na qual passamos. Nada contra a opção sexual de alguém. Agora querer obrigar a aceitação desta opção de alguns como regra e apologia a prática homossexual isso não dá para aceitar!!!”, continuou.

O ataque transfóbico do senador foi recebido com indignação pela internet, e teve reação imediata. Fãs da influenciadora defenderam a campanha do governo do Maranhão e repudiaram a atitude do senador. No Twitter, um movimento foi criado pela jornalista Giovana Kury para denunciar a publicação, que, horas depois, foi tirada do ar.

Também foi repreendido pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular.

“Lamentável e cruel o posicionamento do senador Roberto Rocha que destila ódio, homofobia e transfobia contra uma adolescente maranhense. (...) A Bota Pó não é ‘um jovem fazendo papel de menina’, mas uma adolescente que está vivendo o seu gênero e sua sexualidade e pra isso exige respeito e liberdade. Sim, uma adolescente trans, protagonista da nossa juventude, que traz em sua vida e história uma mensagem política: a escola não pode ser lugar de exclusão. Queremos um Estado para todes, por isso a escola dignas tem que ser inclusivas e sem preconceitos”, diz trecho, que ao final cobra respeito do senador.

Ao ATUAL7, Roberto Rocha alegou que não fez crítica à orientação sexual da digital influencer maranhense. Contudo, na própria manifestação, manteve o discurso transfóbico.

“Não é uma crítica à opção sexual. Mantenho minha posição crítica em relação ao governo do Estado, ao tentar influenciar outras crianças com essa propaganda oficial. Você mesmo, ao chamar a criança de digital influencer, reconhece a capacidade dela de influenciar outras. Ora, se fosse uma propaganda da criança de batom, por exemplo, não teria nada demais. Mas, neste caso, seria privado. Portanto, volto a dizer, minha crítica política é única e exclusivamente ao governo”, disse.

Após insistência no questionamento se a crítica à propaganda é apenas pelo fato de que Bota Pó se identifica como um menino gay, o senador decidiu enviar uma nota. Porém, embora peça desculpas à digital influenciar e para quem se ofendeu, novamente mantém o discurso transfóbico, reafirmando as declarações do conteúdo excluído. Segue abaixo:

“Primeiramente, gostaria de pedir desculpas ao @botaa_po e a todos aqueles que tenham se ofendido com meu post anterior, sobre a propaganda da plataforma Gonçalves Dias, do governo do Estado.

Questionei a propaganda oficial pois penso que cabe a cada família escolher o momento e a forma de abordar o tema sexualidade com suas crianças.

Propagandas existem para influenciar pessoas. E não acho correto que o dinheiro público seja utilizado para influenciar crianças, em relação a um assunto tão delicado e complexo.

Se a criança faz uma propaganda de batom, por exemplo, não teria nada demais. Mas, neste caso, seria privado.

Minha crítica foi única e exclusivamente ao Governo do Maranhão por contratar uma criança digital influencer, com o objetivo de influenciar outras.

E esta permanece intacta.”



Comentários 3

  1. Diário Codoense

    Alguém sabe quem é a maranhense Júlia Vieira, aluna de Imperatriz, que tirou nota 1.000 em redação no ENEM 2020, ficando entre os 28 candidatos que tiraram nota máxima a nível nacional? Claro que não, pois o importante é “lacrar” e “sambar na cara da sociedade”.

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  2. Fernando Campos

    O Maranhão tem alunos e alunas bem mais representativos da totalidade de seus estudantes que esse "influencer" de quem nunca havia ouvido falar. Lamentável o comportamento desse governo. Agora esses políticos estão fazendo de tudo para puxar o saco das elites globalistas, sonhando com o dia da instalação da ditadura mundial, em ter seu lugar de destaque nesse triste concerto de ditadores.

  3. silva

    Ja assistir a propaganda e ela fala unica e exclusivamente de educação, em nenhum momento ela insita à homossexualidade. no entanto nao é hey de concordar com o comentário de diário compense. Seria muito mais inteligente da larte do governo contratar adolescentes que tenham se destacado através da educação.

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