Com experiência bem-sucedida em cargos públicos, o ex-secretário de Educação do Maranhão, Felipe Camarão (PT), 40, vai disputar as urnas pela primeira vez como vice na chapa de reeleição de Carlos Brandão (PSB), com capacidade suficiente para, se sair vitorioso no batismo, concluir o projeto daqui a quatro anos na condição de governador.
A indicação para a vaga é resultado, principalmente, do trabalho executado por Camarão durante os cinco anos e três meses em que esteve à frente, como titular da Secretaria de Estado da Educação, do maior política de investimentos educacionais da história do Maranhão, o programa Escola Digna.
Além disso, tem a confiança irrestrita do ex-mandatário do Estado, Flávio Dino (PSB), que vai concorrer ao Senado pela chapa, conseguiu construir afinidade política com Brandão e recebeu a benção da quase totalidade das lideranças, tendências e da militância do Partido dos Trabalhadores no estado, feito inédito. Ainda não conseguiu uma declaração pública do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que o favoreça na disputa eleitoral de outubro, mas já conquistou forte simpatia do líder petista, o que deve lhe garantir manifestações nas próximas semanas.
No período em que comandou a Seduc, também comandou a Fundação da Memória Republicana do Brasil e foi membro titular do Fórum Nacional de Educação, o FNE.
Na Secretaria de Educação, enfrentou forte oposição no início da gestão e apenas um único deputado oposicionista, Wellington do Curso (PSC), exatamente nas obras do Escola Digna, principalmente pela falta de transparência sobre gastos com obras do programa.
Camarão é formado em Direito pela UFMA (Universidade Federal do Maranhão), doutorando em Direito pela mesma instituição e especialista em gestão pública. Há mais de 10 anos, é procurador federal de carreira da AGU (Advocacia-Geral da União).
Também é professor do Departamento de Direito da UFMA há 16 anos, onde também atuou como subprocurador-chefe, além de membro da Academia Ludovicense de Letras e sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão.
Apesar de natural do Rio de Janeiro, o indicado a vice de Carlos Brandão chegou ainda criança ao Maranhão, onde cresceu e se estabilizou.
A trajetória profissional de Felipe Camarão na gestão pública conta ainda com a superintendência do Procon (Instituto de Promoção e Defesa do Cidadão e Consumidor) do Maranhão, por duas vezes. Na primeira, em 2005, sob o governo de José Reinaldo Tavares, tinha apenas 23 anos. Voltou a comandar a autarquia em 2011, com Roseana Sarney (MDB) no comando do Poder Executivo.
Nessa última vez, deixou o cargo após enfrentar forte perseguição e ciumeira dentro da própria gestão estadual e até do Ministério Público do Estado, após o Procon-MA, sob a sua gestão, dentre outras ações de forte repercussão, aplicar multas em operadoras de telefonia e na antiga TVN (atual Maxx), desbaratar um esquema criminoso de fraudes da famigerada Eletromil e interditar o Box Cinemas, já extinto, por falta de condições de higiene sanitária e violação a direitos do consumidor.
Ao longo da carreira, Felipe Camarão foi aprovado também em concursos públicos para escrivão de Polícia Civil, e analista judiciário do Tribunal de Justiça do Maranhão. Como procurador federal, dentre outros cargos, chefiou o escritório de representação da AGU, e foi procurador-chefe da seccional de Imperatriz.
Antes de assumir a Seduc, com o Governo do Estado sob comando de Flávio Dino, Camarão foi secretário de Estado da Gestão e Previdência, da Cultura e de Governo, pasta implantada no primeiro escalão do Executivo sob sua gestão.
No período em que o Palácio dos Leões esteve sob Dino, apadrinhou pelo menos cinco pessoas no primeiro e no segundo escalão: Diego Galdino (Governo), Anderson Lindoso (Cultura), Daniel Carvalho (Mobilidade Urbana e Serviços Públicos), Lílian Guimarães (Transparência e Controle) e Marcela Mendes (também na Secretaria de Governo). Teve ainda influência, segundo aliados, na entrada de Duarte Júnior no Procon maranhense.
No novo governo, manteve Galdino no primeiro escalão.
Antes de ser indicado a vice de Brandão, chegou a ser lançado pelo PT ao governo estadual, mas logo depois retomou a pré-candidatura a deputado federal, diante da atual conjuntura política tornar inviável pretensões diferentes da decisão tomada.
Felipe Camarão é filho do médico maranhense Phil Camarão e da médica carioca Rita de Cássia Camarão. É casado com a médica e advogada Taynah Soares Camarão, pai de duas filhas, Alice e Júlia Camarão, e padrasto de Beatriz Soares Furtado.
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