Lideranças de pelo menos nove partidos no Maranhão decidiram reeditar para as eleições deste ano, na disputa pelo Senado, um fato histórico ocorrido no Acre, nos anos 90, e repetido no Maranhão, mais de uma década depois.
Trata-se da chamada “solução acriana”, termo alcunhado pelo ex-governador Flávio Dino (PSB) e que agora voltou a ser adotada no estado, mas desta vez contra ele próprio.
Em 1998, no Acre, iniciou-se o principal exemplo do sucesso de uma política ampla de alianças. Naquele estado reinava uma horda selvagem que abrigava em seus quadros gente do naipe de Hildebrando Pascoal, que ficou conhecido como “o deputado da motosserra”, e chegou a ser preso por liderar um grupo de extermínio com ações assassinas até no Maranhão.
Para derrotar esse tipo de gente, forças concorrentes se uniram em nome da superação do atraso político. Partidos antagônicos, como PSDB e PT, nacionalmente adversários, estiveram no mesmo palanque e, juntos, varreram do mapa acriano o terror promovido pela organização criminosa que amassava os cofres públicos e aterrorizada a esperança da população.
Em 2014, o que ficou conhecido como “solução acriana” chegou ao Maranhão, por meio de Dino, que, disputando o Palácio dos Leões pelo PCdoB contra o antigo clã Sarney, e reuniu diversos partidos e atores políticos para, segundo defendia, colocar a democracia em prática.
Oito anos depois, em 2022, após diálogo e esforço para entendimento até entre aqueles quem têm desavenças pessoais, lideranças de partidos das mais variadas orientações ideológicas decidiram se unir em torno do senador Roberto Rocha (PTB) contra a tentativa de eleição de Flávio Dino para o Senado.
Assim como ocorreu no Acre, o Maranhão pós-Dino ainda se depara com uma realidade estigmatizante de pobreza extrema, crime organizado e de corrupção.
A frente ampla já reúne nove partidos de esquerda, centro e de direita: PTB, PDT, PL, PSC, PSD, PROS, Republicanos, Agir e PMN, e pode chegar a pelo menos 12 partidos, com a entrada iminente do Avante e do Patriotas, além do União Brasil, caso a legenda fique sob comando do deputado federal Juscelino Filho.
O Podemos, do deputado estadual Fábio Macedo, também pode aderir à frente anti-Dino, mesmo tendo afiançado apoio a Carlos Brandão em troca de espaços no Palácio dos Leões.
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