O vereador Paulo Victor (PSB) foi reeleito nessa quarta-feira (1º) para mais dois anos na presidência da Câmara Municipal de São Luís – resultado já esperado após ele costurar um arco de alianças dentro e fora do Palácio Pedro Neiva de Santana.
O chefe do Legislativo ludovicense contou com o apoio de vereadores que seguem as orientações do governador Carlos Brandão (PSB) em troca de verbas para ações em seus redutos eleitorais, avançou com facilidade sobre aliados do prefeito Eduardo Braide (PSD) que buscam aproximação com o Palácio dos Leões, principalmente novatos, e conseguiu barrar traições com a negociação de mais espaços na Casa.
Foram com 29 votos pela reeleição entre 31 vereadores. Apenas Flávia Berthier (PL) e Douglas Pinto (PSD) votaram contra.
Antes da eleição, os vereadores tomaram posse para a legislatura 2025-2028, em cerimônia reservada a poucos convidados e com o acesso à imprensa restrito a uma pequena sala, longe de onde estavam os parlamentares.
Um dia antes do ato, o partido Novo entrou com uma ação na Justiça estadual para que o pleito acontecesse por voto secreto e com direito à candidatura avulsa, mas o pedido foi rejeitado.
Paulo Victor comanda o Legislativo ludovicense desde janeiro de 2023. Com a reeleição, caso não seja afastado ou renuncie, pode ficar no posto até dezembro de 2026.
O presidente da Câmara tem a função de comandar os trabalhos legislativos, o que inclui decidir os temas levados à votação, assim como convocar sessões plenárias. É ainda o segundo na linha sucessória à prefeitura.
Paulo Victor tem 38 anos e está no terceiro mandato consecutivo de vereador de São Luís. No primeiro, assumiu na condição de suplente, em 2017, sendo reeleito em 2020 e, novamente, em 2024.
Apesar da entrada recente na vida pública, o parlamentar já acumula várias ocorrências na Justiça, incluindo investigações relacionadas ao período em que comandou a Secretaria de Cultura no governo Brandão. Recentemente, revelou o Atual7, ele virou réu por corrupção passiva em ação penal que trata sobre suposta troca de favores com o promotor de Justiça Zanony Passos, do Ministério Público do Maranhão.
Segundo a acusação, em troca da promessa de encerramento de investigações sobre suposto desvio de emendas parlamentares, o presidente da Câmara de São Luís teria empregado nas dependências da Casa pessoas indicadas pelo promotor de Justiça.
Em outro processo, trancado por decisão da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Maranhão, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) do MP-MA aponta Paulo Victor como líder de suposta organização criminosa especializada em cooptar entidades sem fins lucrativos e simular a aplicação de recursos provenientes desse mesmo esquema envolvendo dinheiro público de emendas.
O caso está no STJ (Superior Tribunal de Justiça), e aguarda decisão sobre recurso para retomada da investigação, incluindo o cumprimento de mandados de busca e apreensão, quebra de sigilo telemático e sequestro de bens e valores, autorizados pela Vara Especial Colegiada dos Crimes Organizados contra o vereador, mas barrados pelo Judiciário maranhense.
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