Novo mandatário do Maranhão devido a renúncia de Flávio Dino (PSB) para disputar ao Senado, o governador Carlos Brandão (PSB) foi obrigado a escolher um novo nome para a Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural, a Agerp.
O motivo: o primeiro indicado, o engenheiro agrônomo Sandro Soares Tavares, o Montenegro, rejeitou o cargo cerca de 2 horas após o anúncio em uma rede social, na quinta-feira (7).
“Reconheço o valor de assumir a presidência da Agerp. Muito me honra a confiança do governador Brandão para que eu assuma este posto. Contudo, por motivos pessoais, resolvi abrir mão desta indicação. Estarei sempre ao seu lado, governador, neste projeto. Sucesso e vamos à vitória!”, publicou Montenegro em comentário ao anúncio feito pelo chefe do Executivo.
A indicada agora, de acordo com novo anúncio de Brandão neste sábado (9) nas redes sociais, é a engenheira agrônoma Loroana Coutinho de Santana, que já presidiu a Agerp entre 2018 e 2020.
A substituição aponta que Brandão pode estar enfrentando a primeira crise de seu governo: a falta de nomes para compor o novo secretariado, e que os indicados podem estar sendo anunciados sem que eles próprios tenham sequer conversado com o novo governador do Maranhão a respeito na nomeação para os cargos.
Nos bastidores, aliados insatisfeitos com os rumos da nova gestão já vêm reclamando sobre indicações e nomeações que, segundo eles, estariam sendo feitas de última hora, inclusive com descumprimento de acordos.
Exonerado da Presidência da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão (Agerp), o vice-prefeito de Porto Franco, Fortunato Macedo Filho, o Macedim (PDT), não foi totalmente desemparado pelo governador Flávio Dino (PCdoB).
De acordo com o Diário Oficial do Estado do Maranhão, no mesmo dia em que caiu do cargo mais alto da Agerp, Macedim foi sinecurado por Dino no cargo de Assessor Especial de Apoio Institucional da Casa Civil, de simbologia isolado, o que lhe garante ainda um salário próximo ao de um secretário de Estado.
Pelo documento, apesar da nomeação ter sido publicada no dia 29 de dezembro de 2015, esta só passou a ser considerada a partir do dia 1º de janeiro de 2016, o que garantiu ao ex-presidente da Agerp apenas dois dias de desemprego, nada mal para um país em crise econômica e para um governo estadual que prometeu, dias antes, diminuir os gastos do Executivo com a folha de pagamento de pessoal.
O ex-presidente da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão (Agerp), Fortunato Macedo Filho, o Macedim (PDT), fechou pelo menos dois contratos de prestação de serviços para a pasta, que juntos somam quase R$ 1 milhão, um dia antes de ser exonerado do cargo pelo governador Flávio Dino (PCdoB), no dia 29 de dezembro do ano passado.
É o que mostra levantamento feito pelo Atual7 no Diário Oficial do Estado do Maranhão do dia 28 de dezembro, apontando que Fortunado, que é ainda vice-prefeito do município de Porto Franco, assinou um contrato de R$ 300 mil com a Empresa Brasileira de Tecnologia e Administração de Convênios HAAG S.A, sediada no bairro Santa Lúcia, Campo Bom, no Rio Grande do Sul, com vigência de de um ano, para prestação de serviços de assistência técnica; e outro de R$ 570 mil com a Duvel Distribuidora de Veículos e Peças Ltda, sediada na Avenida Jeronimo de Albuquerque, no bairro da Cohama, em São Luís, com vigência de seis meses, para aquisição de veículos tipo utilitário 4x4 a gasolina e caminhonetes 4x4 a diesel.
Além da coincidência na proximidade das datas, chama a atenção o fato do extrato do contrato com a Duvel conter na descrição da dotação orçamentária uma nota de empenho de valor idêntico ao do contrato, datada do dia 18 de dezembro, portanto 10 dias antes do contrato ter sido assinado.
Outro fato também chama atenção no extrato do contrato com a Duvel: o documento não informa a quantidade de veículos adquiridos, contrariando a Instrução Normativa da Secretaria de Transparência e Controle (STC) do Maranhão, de n.º 002, aprovada pelo Conselho Superior de Controle Interno da STC, publicada na edição do D.O. do dia 26 de outubro e em vigor desde o dia 21 de novembro. A nova regra, segundo o titular da STC, Rodrigo Lago, foi criada para reforçar a política de transparência do governo Flávio Dino e a prevenção à corrupção em contratos celebrados pelo Estado.
Como houve descumprimento, segundo informou o Lago à época sobre esse tipo de incorreção, o contrato entre a Agerp e a Duvel deverá ser examinado em processo de auditoria governamental pelos auditores da STC.
Transparência atrasada
O D.O. do dia 28 de dezembro também traz uma informação preocupante para a gestão de Macedim na Agerp e para a do secretário Rodrigo Lago.
É que somente nesta data, um dia antes do vice-prefeito de Porto Franco cair do cargo, repisa-se, é que foi publicado uma Resenha de Contrato de Prestação de Serviços celebrado desde o dia 9 de dezembro por Macedim com a empresa C.E. G Fiquene ME, com endereço na Avenida 08, em Paço do Lumiar, revelando um atraso de mais de 20 dias para que a informação de interesse publico, e obrigatória de divulgação, fosse publicada.
Também contrariando a Instrução Normativa da STC-MA n.º 002, a resenha não informa o principal: o valor do contrato.
Programada para iniciar oficialmente na volta do governador Flávio Dino (PCdoB) ao comando do Palácio dos Leões, a reforma administrativa no Executivo estadual já tem um nome certo para ser substituído: o do presidente da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão (Agerp), Fortunato Macedo Filho, o Macedim.
Indicado para o cargo pelo ex-prefeito de Ponto Franco, Deoclides Macedo, o ainda presidente da Agerp cairá por estar fora dos planos do PDT para as eleições de 2016.
Atual vice-prefeito do município, Macedim vive o inferno astral de não estar cotado para continuar na vice do prefeito Aderson Marinho Filho, o Adersinho, que vai para reeleição, mas com o presidente da Câmara Municipal de Porto Franco, vereador Josivan Silva Junior, o Vazim, como vice.