Aloísio Pedro Heringer
Aeronaves: Heringer Táxi Aéreo foi pivô da queda de Carlos Lupi por corrupção
Política

Empresa de Imperatriz garfou licitação de R$ 13,9 milhões do governo Flávio Dino pela locação de duas aeronaves

A Heringer Táxi Aéreo, que fez a campanha eleitoral comunista de 2010 e garfou a licitação de 13.9 milhões de reais pelo aluguel de duas aeronaves para o governo Flávio Dino, ganhou fama nacional num dos maiores casos de maracutaia do país.

Prestadora de serviços de campanha levou licitação dinista de R$ 13,9 milhões
Reprodução Só coincidência Prestadora de serviços de campanha levou licitação dinista de R$ 13,9 milhões

Sediada em Imperatriz, segunda maior cidade do Maranhão, a empresa pertence aos sócios Aloísio Pedro Heringer e Eurídice Carneiro Heringer, e foi pivô na queda do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, do Ministério do Trabalho e Emprego, em 2011, por corrupção.

Sétimo ministro a ser vassourado no primeiro ano do governo Dilma Rousseff, Lupi foi flagrado em viagem oficial ao Maranhão em um avião particular que teria sido pago pelo dono de três ONGs que possuía contratos milionários com a pasta. Em sua defesa, o pedetista afirmou que o périplo pelo interior do estado foi financiado pelo diretório estadual, em um Embraer 810 Sêneca, de prefixo PT-RMT, administrado pela Heringer.

Além de um vídeo e dezenas de fotos desmentirem o ex-ministro do Trabalho, o então presidente do diretório regional do PDT do Maranhão, o médico Igor Matos Lago - que é filho do já falecido ex-governador maranhense -, negou toda a versão dada por Lupi, o que acabou reforçando as suspeitas de que os custeios da Heringer Táxi Aéreo também foram pagas pelo empresário Adair Meira, chefão das ONGs acusadas de subtraírem dinheiro público federal.

Na época em que o escândalo ganhou as páginas nacionais, o Maranhão também foi envergonhado por um dos tripulantes de outra aeronave supostamente paga por Meira para as viagens pedetistas em sete municípios do estado se tratar do conhecido deputado federal Weverton Rocha, já enrolado em outras ações de metida de mão no pote.

Um outro fato que também chamou atenção na tramoia é que o Sêneca utilizado por Lupi estava registrado em nome do empresário José Cursino Brenha Raposo, dono do conglomerado faturante Pacific Segurança e Vigilância Ltda, Colt Brasil Segurança Privada Ltda e Exata Segurança Patrimonial Ltda, comprovando as suspeitas de que a Heringer Táxi Aéreo tem o costume fechar contratos  - como o garfado no governo comunista - sublocado aviões de terceiros.

Aeronaves: Empresa que fez campanha para Flávio Dino leva licitação de R$ 13,9 milhões
Política

Em Tocantins, a Heringer Táxi Aéreo também ganhou uma licitação do governo após prestar serviços de campanha eleitoral ao então candidato Siqueira Campos

A empresa maranhense Heringer Táxi Aéreo, sediada em Imperatriz, venceu a licitação milionária para o aluguel de duas aeronaves, pelo período de um ano a partir da contratação, para o governo Flávio Dino. Como o processo foi feito por registro de preços, o valor acabou ficando mesmo no contido no edital: 13.9 milhões de reais.

Prestadora de serviços de campanha levou licitação dinista de R$ 13,9 milhões
Reprodução Só coincidência Prestadora de serviços de campanha levou licitação dinista de R$ 13,9 milhões

De propriedade dos sócios Aloísio Pedro Heringer e Eurídice Carneiro Heringer, a empresa é a mesma que prestou serviços de transporte e deslocamento aeroviário ao comunista na campanha eleitoral de 2010, quando Dino escondeu o uso de um helicóptero pertencente ao empresário - e conhecido nos bastidores como agiota - Dedé Macedo.

Esta não é a primeira vez que a Heringer leva uma licitação de quem já prestou serviços de campanha eleitoral.

Em 2012, a empresa de Aloísio e Eurídice Heringer saiu vencedora em uma licitação do governo do Tocantins, então comando pelo tucano Siqueira Campos, avaliada inicialmente em 22 milhões de reais, pelo fretamento de cinco aeronaves pelo período de um ano, mas que acabou ficando apenas em 6.4 milhões de reais na assinatura do contrato, após suspeitas de direcionamento levantadas pela Assembleia Legislativa daquele estado.

Voa ou não voa

Os gastos de Flávio Dino com o aluguel de duas aeronaves foi uma das maiores crises enfrentadas pelo comunista nos primeiros seis meses de governo. Após ser durante criticado pela população nas redes sociais por executar as mesmas práticas da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), Dino chegou a suspender, remarcar e, depois, remarcar novamente a realização do pregão levado pela Heringer Táxi Aéreo.

A vergonha do comunista se deu após o Atual7 relembrar que os gastos com o aluguel das duas aeronaves daria para manter 11 hospitais de 100 leitores pelo período de um ano, e que, fora do comando do Palácio dos Leões, Flávio Dino dizia que "com os vários helicópteros e aviões alugados pelo governo do Maranhão, daria para propiciar um transporte eficiente e digno para pacientes graves que atualmente sofrem em ambulâncias na estradas maranhenses. E melhorar a segurança pública em todas as regiões do Estado".

Então oposição e proposta de mudança, o governador do Maranhão acusava a oligarquia Sarney de preferir "o uso eleitoreiro, imoral e ilegal" da verba.