Donald Trump
EUA apoiam entrada do Brasil na OCDE
Mundo

Decisão foi acertada em encontro de Bolsonaro e Trump nos EUA. Brasil abrirá mão de direitos na OMC

O presidente Jair Bolsonaro concordou que o Brasil abra mão do tratamento diferenciado que os países em desenvolvimento recebem na Organização Mundial do Comércio (OMC) em troca do apoio dos Estados Unidos à adesão do país à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A decisão foi acertada em reunião de Bolsonaro com o presidente norte-americano, Donald Trump, nessa terça-feira 19, na Casa Branca, em Washington. A informação é da Agência Brasil.

A OCDE reúne os países mais industrializados do mundo e estabelece parâmetros conjuntos de regras econômicas e legislativas para os membros. Segundo comunicado dos dois presidentes divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores no início da noite, Trump elogiou os esforços do Brasil para reformar a economia e alinhar as práticas e os marcos regulatórios e manifestou apoio para que o Brasil inicie o processo de adesão.

Em troca, o chefe de Estado norte-americano pediu que o Brasil abra mão do statusespecial nas negociações da OMC. “De maneira proporcional ao seu status de líder global, o presidente Bolsonaro concordou que o Brasil começará a abrir mão do tratamento especial e diferenciado nas negociações da Organização Mundial do Comércio, em linha com a proposta dos Estados Unidos”, destacou o comunicado conjunto.

Comércio e investimentos

Os dois presidentes assumiram uma série de compromissos na área comercial. Bolsonaro anunciou que o Brasil importará 750 mil toneladas de trigo dos Estados Unidos por ano com tarifa zero e voltará a comprar carne suína norte-americana. O governo norte-americano mandará uma missão técnica ao Brasil para analisar a possibilidade de que as exportações de carne bovina do Brasil para os Estados Unidos sejam retomadas.

Trump e Bolsonaro negociarão um acordo de reconhecimento mútuo sobre operadores econômicos autorizados, o que permitirá a redução de custo para as empresas dos dois países.

Os dois presidentes concordaram em construir uma parceria para aumentar empregos e reduzir entraves ao comércio e aos investimentos, aprimorando o trabalho da Comissão de Relações Econômicas e Comerciais Brasil–Estados Unidos.

Além disso, Trump e Bolsonaro anunciaram uma nova fase do Fórum de Altos Executivos Brasil–Estados Unidos e a criação de um fundo de investimento de US$ 100 milhões para preservar a biodiversidade e estimular investimentos sustentáveis na Floresta Amazônica. Eles também concordaram em estabelecer um fórum bilateral de energia para facilitar o comércio e os investimentos relacionados ao setor energético.

EUA elegem Donald Trump seu novo presidente
Mundo

Pesquisas erram feio nas intenções de voto. Empresário derrotou praticamente todo o establishment americano

Contra todas as previsões, o empresário e ex-apresentador de TV Donald Trump venceu as eleições presidenciais nos Estados Unidos realizadas nessa terça-feira 8.

Até as 7h30 desta quarta-feira 9, o republicano tinha 279 votos contra 218 da candidata democrata Hillary Clinton. Ainda falta a apuração de quatro estados (Arizona, Michigan, New Hampshire e Minnesot), mas Hillary não consegue mais alcançar o republicano. O resultado, que contesta a maioria esmagadora das pesquisas de intenção de voto que indicavam que Hillary seria eleita, precisa agora ser confirmado no próximo dia 19 de dezembro, quando o colégio eleitoral formado pelos delegados deve validar a voz das urnas.

Trump derrotou praticamente todo o establishment americano, a começar por caciques do seu próprio partido. Prevaleceu sobre uma rara união entre empresários, artistas e intelectuais renomados, além de grandes veículos de mídia, que deram apoio à Hillary Clinton.

Ele será o primeiro presidente dos EUA sem uma carreira política e o mais velho já eleito.

As peças-chaves da vitória de sua eleição foram principalmente os estados de Flórida, Carolina do Norte e Ohio, onde as pesquisas mostravam muitos indecisos e uma leve vantagem para Hillary. A votação em Flórida surpreendeu pelo fato de o estado ter a maior proporção de eleitores latino-americanos, cerca de 2,6 milhões.