Edvar Rodrigues dos Santos
Rogério Cafeteira vai depor como testemunha na Operação Donatário
Política

Oitiva ocorre no bojo de ação penal contra um agente da Polícia Federal acusado de vazar informações para lideranças petistas no Maranhão

O secretário estadual de Esportes e Lazer, Rogério Cafeteira, deve depor neste mês como testemunha numa ação penal resultante da Operação Donatário, também conhecida como Capitanias Hereditárias. A oitiva está marcada para acontecer no próximo dia 21, a partir das 14 horas, na 1ª Vara Criminal de São Luís da Seção Judiciária do Maranhão no Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região.

A operação foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) em 2011, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), com o objetivo de desarticular um esquema de fraudes que desviava recursos destinados à construção de casas no Maranhão para beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária, por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Mais de R$ 3,5 milhões teriam sido desviados, entre os anos de 2005 e 2011.

Tramitando em sigilo desde 2014, a ação penal acusa o então agente da Polícia Federal Edvar Rodrigues dos Santos de violação do sigilo funcional. Cafeteira, no caso, segundo apurou o ATUAL7, foi arrolado pela defesa de Edvar Santos. No depoimento, ele deve responder, dentre outras coisas, se foi ou não beneficiado com suposta retirada de seu nome de uma ação da PF relacionada à Donatário.

De acordo com o inquérito policial que apurou o caso, Edvan Santos teria vazado informações sigilosas sobre as investigações da Donatário – inclusive conteúdos de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça Federal –, a lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT) no estado.

No período alvo das investigações da PF, o Incra teve como superintendente regional os petistas José Inácio Sodré Rodrigues, o Zé Inácio, hoje deputado estadual reeleito; e o ex-presidente estadual do PT no Maranhão, Raimundo Monteiro. Ambos teriam sido beneficiados com os vazamentos.

Além destes, segundo a Polícia Federal, também teria sido beneficiado com os vazamentos João Batista da Cruz Rios, o Joãozinho do PT, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caxias.

Todos foram alvo das investigações e de busca e apreensão pela Operação Donatário.