Gestor Serviços Empresariais Ltda
Em dois anos e meio, primo de Edivaldo Júnior já levou R$ 47,5 milhões da prefeitura
Política

Dinheiro foi repassado para duas empresas, pertencentes à Pedro Ricardo Aquino da Silva e Paulo Cesar Baltazar Viana

O prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PDT), é um homem de família. Protótipo do discurso da mudança inventado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), desde que sentou na cadeira do Executivo municipal, Edivaldo tem ajudado um de seus primos, Pedro Ricardo Aquino da Silva, derramando gordas somas de dinheiro público em pelo menos duas empresas pertencentes ao parente, em sociedade com o forasteiro Paulo Cesar Baltazar Viana, dono de outra empresa conhecida pelo erário, a Gestor.

Pedro Ricardo Aquino, de funcionário de banco privado para dono de empresa milionária após contratos com a Prefeitura de São Luís
Arquivo pessoal Primo do prefeito Pedro Ricardo Aquino, de funcionário de banco privado para dono de empresa milionária após contratos com a Prefeitura de São Luís

Levantamento realizado pelo Atual7 no Portal da Transparência da Prefeitura de São Luís, aponta que, de janeiro de 2013 - quando passou a comandar o Palácio de La Ravardière - até o final do mês de maio passado, as empresas Clasi Comércio e Serviços e Clasi Segurança Privada receberam o total de R$ 47.554.915,45 (quarenta e sete milhões, quinhentos e cinquenta e quatro mil, novecentos e quinze reais e quarenta e cinco centavos) dos cofres da prefeitura.

Em apenas dois anos e meio, pelo menos R$ 36.777.968,71 (trinta e seis milhões, setecentos e setenta e sete mil, novecentos e sessenta e oito reais e setenta e um centavos) já foram abocanhados pela primeira Clasi, a Comércio e Serviços, empresa espécie de faz tudo, segundo declaração de prestação de serviços à Receita Federal: trinta e sete atividades, que vão de estacionamento de veículos à serviços de entrega rápida.  De acordo com o Diário Oficial do Município, a empresa de primo do prefeito presta serviços de limpeza e montagem e desmontagens de mobílias para a Prefeitura de São Luís.

Já para a segunda Clasi, a Segurança Privada, também no período de dois anos e meio, o total de R$ 10.776.946,74 (dez milhões, setecentos e setenta e seis mil, novecentos e quarenta e seis reais e setenta e quatro centavos) já foram pagos por Edivaldo Holanda Júnior. Segundo os extratos dos contratos, tudo por prestação de serviços de vigilância ostensiva armada.

Tanto a Clasi Comércio e Serviços como Clasi Segurança Privada faturam a verba paga pelo primo prefeito por meio de dispensa de licitação.

Flávio Dino coloca empresa de segurança privada para proteger SSP e delegacias
Política

Empresa já levou mais de R$ 4,6 milhões dos cofres do governo estadual. Dono da Potencial Segurança também fatura na Sejap

Apesar de na internet defender em gráficos e curvas que o índice de criminalidade vem caindo em sua administração, o governador Flávio Dino, do PCdoB, resolveu colocar homens da empresa Potencial Segurança e Vigilância Ltda para fazer a proteção da Secretaria de Segurança Pública (SSP), comandada pelo delegado Jefferson Portela, e das quatro delegacias de polícia da capital que abrigam os plantões centrais.

A empresa pertence ao advogado Erik Janson Vieira Monteiro Marinho, que já operava milhões no governo passado pela boa ligação que mantém com o empresário Fernando Sarney, irmão e sócio da peemedebista Roseana, ex-governadora do Maranhão, no conglomerado Sistema Mirante de Comunicação.

Além de caracterizar usurpação de função pública e de revelar que nem mesmo a SSP e as delegacias - do Bom Menino, Cohatrac, Vila Embratel e Cidade Operária - estão seguras, a medida adotada pelo novo governo vai de encontro ao pregado pelo comunista nas redes sociais, e pode ser considerada ainda mais ilegal, já que a empresa de segurança privada foi contratada, na verdade, por outras pastas, a exemplo da Secretaria de Estado da Educação, comandada pela professora Áurea Prazeres, para fazer a segurança do prédio da Seduc e das escolas estaduais.

De acordo com o Portal da Transparência, de janeiro a maio deste ano, a Potencial já recebeu o total de R$ 4.604.244,92 (quatro milhões, seiscentos e quatro mil, duzentos e quarenta e quatro reais e noventa e dois centavos) para fazer a segurança apenas da Seduc, Caema, Junta Comercial, Viva Cidadão, Iterma, Agerp, Gisp e do Iema.

Embora também esteja prestando serviços para a SSP e para as delegacias desde o início do ano, o portal orçamentário estadual não mostra qualquer referência de pagamentos à empresa feitos por Jefferson Portela ou pelo delegado Augusto Barros, que comanda a Polícia Civil do Maranhão.

Sejap e Pedrinhas

Mesmo tendo declarado nas redes sociais que trouxe o fim das terceirizações no sistema penitenciário e a realização de processo seletivo para a contratação temporária de 1,3 mil profissionais, o governador Flávio Dino ainda vem gastando dinheiro público com empresas de segurança privada para fazer a guarda da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Sejap) e do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

De janeiro a maio deste ano, Dino já retirou mais de R$ 1.113.945,36 (um milhão, cento e treze mil, novecentos e quarenta e cinco reais e trinta e seis centavos) dos cofres do estado para pagar a maior prestadora de serviços ao sistema prisional do Maranhão, a Atlântica Segurança Técnica, de propriedade de Luiz Carlos Cantanhede Fernandes, sócio de Jorge Murad, marido da ex-governadora Roseana Sarney na empresa Pousada dos Lençóis Empreendimentos Turísticos, em Barreirinhas.

Influente também no governo comunista - não se sabe se ainda por articulação do dono da Mirante - o dono da  Potencial Segurança e Vigilância também fatura em contratos com a Sejap.

Até agora, o total de R$ 1.694.328,28 (um milhão, seiscentos e noventa e quatro mil, trezentos e vinte e oito reais e vinte e oito centavos) já caíram na conta de sua outra empresa, a Gestor Serviços Empresariais Ltda.