HSLZ
SES admite demora em diagnóstico de servidor que morreu de calazar
Maranhão

Secretaria de Saúde do Maranhão lamentou morte do servidor, mas omitiu o fato da falta de medicamentos para o tratamento da doença

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), comandada pelo médico Marcos Pacheco, admitiu nesta quinta-feira 29 que demorou uma semana para diagnosticar que o servidor Manoel Soares Lopes havia contraído leishmaniose visceral, doença crônica também conhecida como calazar. Com o quadro agravado, ele acabou não resistindo e morreu na última quinta-feira 22.

O caso estava sendo abafado pela SES, razão pela qual somente agora, uma semana após a morte do servidor de carreira, devido a forte repercussão do descaso pelo Atual7, a secretária resolveu se manifestar.

Em nota em que lamenta o falecimento de Manoel Soares Lopes, a SES tenta ao mesmo tempo esquivar-se da responsabilidade alegando que Manoel Lopes, antes de ser internado no Hospital do Servidor Público Estadual (HSLZ), já apresentava quadro de febre, cefaleia, dores musculares e nas articulações há 20 dias.

Ocorre que, segundo confissão na própria nota, a SES confirma que somente sete dias após a internação é que o servidor, com o quadro clínico já evoluído, foi submetido a hipótese diagnóstica de calazar e solicitação de vários exames laboratoriais e de imagem para elucidação do quadro.

"O paciente, ao ser internado, apresentava quadro de febre, cefaleia, dores musculares e nas articulações há 20 dias, antes da internação. Em uma semana, o quadro evoluiu e foi feita a hipótese diagnóstica de calazar e solicitação de vários exames laboratoriais e de imagem para elucidação do quadro, tendo-se iniciado tratamento para a pneumonia e o calazar, antes mesmo da confirmação deste último", diz trecho da nota, que omite outro fato grave: a falta dos medicamentos solicitados à Superintendência de Vigilância Sanitária (Suvisa) para tratamento da doença.

Além do descaso na prestação de atendimento de saúde pública, da omissão e da demora até para emitir a nota de esclarecimento, a SES demostra publicamente uma falsa lamentação, já que sequer disponibilizou auxílio para o enterro do servidor ou para a realização de uma missa, como ocorria na gestão anterior da Saúde.

Para realizar os procedimentos, a família e amigos de trabalho do servidor tiveram de fazer uma vaquinha.

Manoel Soares Lopes deixou dois filhos menores e completaria 52 anos nesta quinta-feira 29.

Servidor morre de calazar no Hospital do Servidor Público após atraso em diagnóstico
Maranhão

Manoel Soares Lopes estava internado no HSLZ desde o dia 28 de setembro passado, mas só teve a doença diagnosticada na semana passada

O atraso de quase um mês no diagnóstico de leishmaniose visceral, doença crônica conhecida como calazar, pode ter sido a causa da morte do servidor Manoel Soares Lopes, na última sexta-feira 23, no Hospital do Servidor Público Estadual (HSLZ), localizado Estrada da Mata, Unidade 001, Jardim Lisboa, na Cidade Operária, próximo ao Socorrão II, em São Luís.

Ele estava internado desde o dia 28 de setembro passado, mas só teve a doença diagnosticada na semana passada.

Servidor antigo da própria Secretaria de Estado de Saúde (SES), Manoel Soares Lopes deixa dois filhos menores.

Além do descaso absurdo com a saúde pública e com o próprio servidor, a SES tenta agora abafar o caso.