MEC
MEC lança programa de autonomia financeira de universidades e institutos
Cotidiano

Adesão ao Future-se será opcional. População poderá colaborar com o programa

O MEC (Ministério da Educação) lançou, nesta quarta-feira 17, o Future-se. programa da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) que propõe maior autonomia financeira a universidades e institutos federais.

De acordo com a pasta, assim como ocorre na reforma da Previdência, sustentabilidade financeira e responsabilidade com o futuro são pilares do projeto. O fomento à captação de recursos próprios e ao empreendedorismo são algumas das propostas.

“[O Future-se] coloca o Brasil no mesmo patamar de países desenvolvidos. Nós buscamos as melhores práticas e adaptamos para a realidade brasileira. A maioria das medidas já acontece aqui. Nós vamos potencializá-las”, disse o ministro da Educação, Abraham Weintraub, durante o lançamento.

Segundo o secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Lima, o programa retira algumas barreiras burocráticas que as universidades enfrentam. “O nosso potencial é gigantesco. Os estudantes poderão ser protagonistas do seu próprio destino. O nosso convite é: futurem-se”, afirmou.

O processo respeitará o princípio da publicidade. A proposta do MEC vai passar por consulta pública até o dia 15 de agosto. A população poderá colaborar com o programa. As contribuições serão compiladas e uma proposta de mudança na legislação, apresentada posteriormente.

A adesão ao Future-se será voluntária. As universidades e os institutos federais não serão privatizados. O governo continuará a ter um orçamento anual destinado para as instituições.

São mais de R$ 100 bilhões aos quais universidades e institutos poderão ter acesso. O dinheiro virá, por exemplo, do patrimônio da União, de fundos constitucionais, de leis de incentivos fiscais e depósitos à vista, de recursos da cultura e de fundos patrimoniais.

O Future-se tenta tornar mais eficiente práticas existentes. As instituições já contam com receitas próprias – cerca de R$ 1 bilhão de universidades, institutos e hospitais universitários somados. Mas os recursos não apresentam retorno direto para as atividades por conta de limitação legal. O dinheiro arrecadado vai para a Conta Única do Tesouro. A proposta do MEC visa à desburocratização do recebimento dessa verba.

Weverton critica corte de 30% de verba em universidades federais por Bolsonaro
Política

Anúncio sobre contingenciamento foi feito pelo MEC na semana passada. PDT entrou no STF com ADI contra a medida

O senador Weverton Rocha (PDT-MA) criticou o corte de 30% no orçamento geral das universidades públicas e institutos federais pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). O anúncio foi feito pelo Ministério da Educação (MEC) na semana passada. De acordo com MEC, o contingenciamento de verbas chega ao montante de R$ 5,8 bilhões.

“É inaceitável o corte de recursos para as instituições de ensino superior. Não vamos sair da crise desestimulando o pensar”, ressaltou o parlamentar.

Líder da bancada do PDT no Senado, Weverton elogiou a iniciativa do partido de entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a medida.

“Foi uma excelente iniciativa. O PDT não vai admitir um absurdo como esse. A justificativa dada pelo governo não tem sentido. O corte dos recursos é uma forma de tentar restringir a liberdade de pensamento”, afirmou o senador.

Inicialmente, o corte agora estendido para todas as instituições federais foi anunciado para apenas três universidades – Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade de Brasília (UnB) –, que, segundo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, promoviam "balbúrdia".

“Eu gostaria de saber qual a definição técnica de balbúrdia que justifique um corte de 30% do orçamento anual. O contingenciamento desses recursos atinge despesas destinadas a custear gastos como água, luz, limpeza e bolsas de auxílio a estudantes”, explicou.

Para o senador, o governo Bolsonaro não pode cortar recursos financeiros das faculdades para desestimular o pensamento livre e crítico.

Vélez é demitido do MEC; Abraham Weintraub assume cargo
Política

Nome do economista para a pasta foi divulgado por Jair Bolsonaro no Twitter

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou, nesta segunda-feira 8, pelo Twitter, a demissão de Ricardo Vélez do Ministério da Educação (MEC). Segundo o presidente, a pasta passa a ser comandada agora pelo economista Abraham Weintraub.

"Comunico a todos a indicação do Professor Abraham Weintraub ao cargo de Ministro da Educação. Abraham é doutor, professor universitário e possui ampla experiência em gestão e o conhecimento necessário para a pasta. Aproveito para agradecer ao Prof. Velez pelos serviços prestados", postou.

Ricardo Vélez deixa o comando do MEC depois de uma crise que causou uma sequência de demissões na pasta. graças à falta de sintonia entre militares e olavistas (seguidores do 'guru' de Bolsonaro, Olavo de Carvalho).

Professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Weintraub é mestre em administração pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Executivo do mercado financeiro, atuou no grupo Votorantim e foi membro do comitê de Trading da BM&FBovespa. Em 2016, coordenou a apresentação de uma proposta alternativa de reforma da previdência social formulada pelos professores da Unifesp.

Segundo a Agência Brasil, ele já fazia parte do governo de Jair Bolsonaro, atuando como secretário-executivo da Casa Civil, sob o comando de Onyx Lorenzoni.