Praias impróprias para o banho
Todas as praias de São Luís e Ribamar são impróprias para banho, aponta levantamento
Política

ATUAL7 já havia mostrado que o Palácio dos Leões divulga laudos de balneabilidade com sete a até 15 dias de atraso

Levantamento realizado pela Folha de S.Paulo em 1.180 praias do país aponta que todas as praias da Região Metropolitana de São são impróprias para banho.

Os dados de balneabilidade foram analisados com base em normas federais para medir a qualidade das águas, método adotado pela Cetesb (órgão ambiental de SP), que identifica as praias entre “ótima” e “péssima” a partir dos levantamentos semanais.

No sábado passado, dia 28, o ATUAL7 já havia mostrado que os laudos de balneabilidade das praias da capital e de São José de Ribamar são divulgados com sete a até 15 dias de atraso. Isto significa dizer que, quem cai nas águas poluídas das praias só terá conhecimento de que correu risco de contaminação duas semanas depois.

Enquanto o Palácio dos Leões divulga a balneabilidade das praias como próprias ou impróprias para o banho baseando-se apenas no laudo mais recente, o levantamento da Folha mostra que uma praia é considerada própria se não tiver registrado mais de 1.000 coliformes fecais para cada 100 ml de água na semana de análise e nas quatro anteriores.

São José de Ribamar

Praia: Meio
Ponto de medição: Bar do Capiau
Situação: Péssima

Praia: Meio
Ponto de medição: Bar da Praia
Situação: Péssima

Praia: Araçagi
Ponto de medição: Fatimas Bar
Situação: Péssima

Praia: Araçagi
Ponto de medição: Bar Novo Point
Situação: Péssima

Praia: Araçagi
Ponto de medição: Bar do Isaac
Situação: Péssima

São Luis

Praia: Ponta d’Areia
Ponto de medição: Forte Santo Antônio
Situação: Péssima

Praia: Ponta d’Areia
Ponto de medição: Edifício Herbene Regadas
Situação: Péssima

Praia: Ponta d'Areia
Ponto de medição: Hotel Praia Mar
Situação: Péssima

Praia: Ponta d'Areia
Ponto de medição: Bar do Dodô
Situação: Péssima

Praia: Ponta d'Areia
Ponto de medição: Praça de Apoio ao Banhista
Situação: Péssima

Praia: Ponta d'Areia
Ponto de medição: Hotel Brisa Mar
Situação: Péssima

Praia: São Marcos
Ponto de medição: Bares do Chef e Marlene’s
Situação: Péssima

Praia: São Marcos
Ponto de medição: Barraca da Marcela
Situação: Péssima

Praia: São Marcos
Ponto de medição: Agrupamento Batalhão do Mar
Situação: Péssima

Praia: São Marcos
Ponto de medição: Ipem e Bar Kalamazoo
Situação: Péssima

Praia: São Marcos
Ponto de medição: Foz do rio Calhau
Situação: Péssima

Praia: Calhau
Ponto de medição: À direita da elevatória 2 da Caema
Situação: Péssima

Praia: Calhau
Ponto de medição: Pousada Tambaú
Situação: Péssima

Praia: Calhau
Ponto de medição: Bar Malibu
Situação: Péssima

Praia: Olho d’Água
Ponto de medição: À direita da elevatória Iemanjá 2
Situação: Péssima

Praia: Olho d’Água
Ponto de medição: À direita da elevatória Pimenta 1
Situação: Péssima

Riscos

O banho de mar em áreas impróprias pode resultar em problemas de saúde, sobretudo doenças gastrointestinais ou de pele, como micoses. Especialistas, contudo, não descartam contaminação até mesmo em praias consideradas limpas — embora a chance seja bem menor.

“As classificações das praias são uma probabilidade. Gostaria de saber se, em determinada praia, vai ficar doente ou não. Mas, do ponto de vista da ciência, não é tão simples. Há diversas variáveis”, diz Paulo Guimarães Barrocas, pesquisador em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz.

Uma das variáveis é a saúde do banhista. Pessoas com o sistema imunológico frágil, como crianças e idosos, correm mais risco, assim como as com doenças que comprometem o sistema imunológico.

Os testes também têm efeito limitado, pois não identificam vírus que em águas muito contaminadas podem transmitir até hepatite A.

Outro foco de contaminação, que não é medido nos testes de balneabilidade, é a areia poluída com lixo.

Laudos de balneabilidade das praias são divulgados com uma semana de atraso
Política

Flávio Dino pode ter tomado banho em água imprópria. Palácio dos Leões repassou dados ultrapassados para a revista Exame

O atraso de uma semana na divulgação do laudo de balneabilidade das praias da Região Metropolitana de São Luís tem colocado em risco a saúde dos banhistas que se arriscam cair nas águas do mar.

Levantamento do ATUAL7 nos laudos de dezembro de 2016 a janeiro de 2017 do Laboratório de Análises Ambientais (LAA), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), mostra que o monitoramento feito em 21 pontos da orla marítima da capital e de São José de Ribamar são divulgados com sete ou até quase quinze dias após os aferimentos. Na prática, significa dizer que quem banhar nas praias este fim de semana terá conhecimento de que as águas estavam próprias ou impróprias apenas nas próximas semanas, quando o novo laudo for divulgado pela Sema.

Além de colocar em risco a integridade física de quem frequenta as praias, o atraso acaba gerando, ainda, a disseminação de dados falsos.

Dados reais

Na semana em que a Exame divulgou que o Maranhão despontava em ranking nacional como o estado da federação com o maior número de praias próprias para banho, por exemplo, ao menos três pontos estavam impróprios — dois na Ponta d’Areia (atrás do Bar do Dodô e em frente ao Hotel Brisa Mar) e um na praia de São Marcos (em frente aos bares do Chef e Marlene’s). A divulgação foi feita pela Sema no dia 11 de janeiro, um dia antes da reportagem da Exame ser publicada.

Contudo, os dados repassados pelo Palácio dos Leões para a revista, de que apenas um ponto estava impróprio para banho, eram referentes ao monitoramento realizado no período anterior, de dezembro de 2016 — mas divulgados somente no dia 6 de janeiro.

Documento da própria Secretaria de Meio Ambinente do Maranhão mostra que o Palácio dos Leões repassou dados ultrapassados para levantamento da revista Exame
Divulgação Banhistas em risco Documento da própria Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão mostra que o Palácio dos Leões repassou dados ultrapassados para levantamento da revista Exame

Já no último domingo 22, quando o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), gravou um vídeo imitando o ex-secretário de Saúde, Ricardo Murad, para provar que as águas das praias da região metropolitana estão realmente limpas, a praia onde o comunista fez a gravação, no Calhau, estava com um de seus pontos poluído.

Governo divulgou ontem, dia 27, laudo de balneabilidade aferido há quase uma semana. Praia onde Flávio Dino tomou banho com a família estava com trecho impróprio
Agências de Notícias MA Atraso perigoso Governo divulgou ontem, dia 27, laudo de balneabilidade aferido há quase uma semana. Praia onde Flávio Dino tomou banho com a família estava com trecho impróprio

Mais: diferente do que Dino afirma no vídeo, o laudo do monitoramento desse dia não foi divulgado pela Sema até hoje, sendo de conhecimento oficial os pontos impróprios desse período devido matéria da agência de notícias do governo, como pode ser confirmado acima. Como o governador não diz na gravação em que ponto da praia do Calhau estava tomando banho naquele dia, com base no laudo atrasado divulgado apenas ontem, é provável que ele tenha caído com sua família em água imprópria.

Mesmo após ‘canetada’, praias de São Luís e Ribamar voltam a ficar poluídas
Política

Todos os 21 pontos da orla marítima apresentaram plenas condições de balneabilidade apenas durante o período eleitoral

Apesar da ‘canetada’ do Palácio dos Leões, laudo semanal de balneabilidade, divulgado nessa sexta-feira 23 pelo Laboratório de Análises Ambientais (LAA), mostra que as praias de São Luís e São José de Ribamar voltaram a ficar poluídas.

De acordo com o novo levantamento, dos 21 pontos coletados, apenas 12 estão com níveis de balneabilidade aceitáveis, isto é, próprios para banho. O aferimento foi feito entre os dias 14 e 18 do mês de dezembro.

Os locais impróprios, segundo o LAA, estão localizados na Praia de São Marcos, em frente ao Ipem e na Foz do Rio Calhau; Praia do Meio, em frente ao Bar Capiau; e o Araçagi, em frente ao bar do Isaac. Na Ponta D'areia, apenas o ponto localizado ao lado do Forte Santo Antônio apresenta níveis de balneabilidade aceitáveis, tendo todo o restante - em frente ao Edifício Herbene Regadas; atrás do Hotel Praia Mar; atrás do Bar do Dodô; em frente à Praça de Apoio ao Banhista; e em frente ao Hotel Brisa Mar - impróprio para banho.

Além de quase metade dos pontos aferidos voltarem a ficar impróprios para o banho, o governo ainda deixou de divulgar o laudo de balneabilidade no site da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), conforme determina a lei, para a confirmação das informações.

Desde a ‘canetada’ do governo, apenas durante o período eleitoral todos os 21 pontos da orla marítima de São Luís e São José de Ribamar apresentaram plenas condições de balneabilidade. Ainda assim, durante esse período, não se soube de qualquer membro do Executivo, nem mesmo o praieiro governador Flávio Dino (PCdoB), tomando banho de mar.

‘Canetada’ invalida laudo e praias poluídas viram ‘limpas’
Política

Monitoramento relâmpago conflita com laudo emitido três dias antes. Acompanhamento foi feito em desacordo com a Resolução Conama

O morador e o turista em São Luís que vai à praia devem refletir bastante se podem ou não entrar no mar.

Considerada poluída por décadas, a orla da capital maranhense e do município de São José de Ribamar foi promovida a limpa, após uma ‘canetada’ coletiva da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema).

De acordo com nota técnica, emitida no dia 26 de agosto, sobre monitoramento das condições de balneabilidade das praias de parte da Região Metropolitana de São Luís, 19 dos 21 pontos distribuídos na Ponta d’Areia, São Marcos, Calhau, Olho d’Água, Praia do Meio e Araçagi estavam poluídos, e por isso impróprios para o banho. O documento alerta que este laudo “refere-se à ação de monitoramento realizada no período de 12/08/2016 a 21/08/2016”.

Apesar da Resolução Conama n.º 274/2000 prever que o ciclo de acompanhamento das condições de balneabilidade das praias seja obrigatoriamente semanal, a Sema emitiu, em apenas três dias depois, novo laudo produzido pelo Laboratório de Análises Ambientais (LAA), dando conta de agora todos os 19 pontos que estavam poluídos viraram ‘limpos’, e com isso liberados para o banho.

Além da ‘canetada’, chama a atenção o fato de que o novo laudo afirma que o monitoramento refere-se “ao período 20 a 28/08/2016”, ou seja, há um atropelo de dois dias entre as datas de monitoramento do primeiro laudo e do segundo laudo, sobre período em que foram coletadas e analisadas as amostras de água do mar. Enquanto o primeiro afirma que o monitoramento foi finalizado no dia 21 de agosto, o segundo laudo, que tornou as águas das praias ‘limpas’, afirma que o monitoramento foi iniciado no dia 20 do mesmo mês.

Em destaque, períodos de monitoramento do laudo mais recente e do anterior mostram que governo pode estar colocando saúde da população em risco
Atual7 Conflito de datas Em destaque, períodos de monitoramento do laudo mais recente e do anterior mostram que governo pode estar colocando saúde da população em risco

A confusão entre entre os laudos que atestam se as praias estão poluídas ou limpas não para por aí.

Segundo o novo relatório de balneabilidade, emitido no dia 29 de agosto, os dois pontos que ainda se encontram poluídos - localizados Em frente ao Edifício Herbene Regadas, na Ponta d’ Areia; e a direita da Elevatória Pimenta I, no Olho d’Água - já podem ser liberados no próximo domingo 4.

O ATUAL7 solicitou por e-mail à Secretaria de Estado da Comunicação e Assuntos Políticos uma explicação sobre o assunto e aguarda retorno.

Vai cair n'água?

A ‘canetada’ comunista lembra o episódio protagonizado pelo ex-secretário de Saúde do Maranhão, Ricardo Murad, que após alterar, também numa ‘canetada’, a metodologia de coleta e análise da água do mar, tomou banho de mar com as netas na praia do Calhau, para provar que as águas do mar estavam realmente limpas. Será que o governador praieiro Flávio Dino (PCdoB) terá coragem de fazer o mesmo com a mulher e filhos?

Maranhão

Vinte e um pontos da orla marítima de parte da Região Metropolitana de São Luís não estão aconselhados

Consideradas uma das principais opções de lazer em São Luís e em São José de Ribamar, principalmente no período de férias, as praias das duas cidades continuam impróprias para o banho. Pelo menos é o que garante o laudo de balneabilidade da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais do estado do Maranhão (SEMA).

De acordo com o estudo do SEMA, que é resultante dos laudos laboratoriais emitidos pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), das amostras de água colhidas de 21 pontos da orla marítima da capital, as praias de São Marcos, Calhau, Praia do Meio, Olho d’Água, do Araçagi e Ponta D'Areia não foram aconselhadas ao banho.

O laudo refere-se à ação de monitoramento realizada no período de 12 de dezembro a 27 de dezembro de 2015, e foi divulgado pelo governo estadual na quarta-feira 6.

Placa que indica que a praia do Calhau é imprópria para banho foi fixada desde o início do ano passado, e não deve ser tirada tão cedo
Divulgação Água suja Placa que indica que a praia do Calhau é imprópria para banho foi fixada desde o início do ano passado, e não deve ser tirada tão cedo