Renan Filho
Em Alagoas, MPF mira interceptações telefônicas ilegais da SSP e PM
Cotidiano

Ação pede fim da ilegalidade que estaria sendo realizada no governo de Renan Filho por meio do Guardião. Caso é semelhante ao denunciado no Maranhão

Em Alagoas, o MPF (Ministério Público Federal) ajuizou ação civil pública contra o Estado, sob a gestão do governador Renan Calheiros Filho (MDB), com o objetivo de por fim à suposta realização de interceptações telefônicas ilegais da Assessoria Integrada de Inteligência da SSP (Secretaria de Segurança Pública) e pela Polícia Militar, contra diversas pessoas.

A descoberta, segundo a procuradora da República Niedja Kaspary, autora da ação, se deu a partir de elementos colhidos no bojo de um inquérito civil que apurou a grave violação. Todas as interceptações, ainda de acordo com a investigação, teriam sido realizadas por meio do sistema de monitoramento denominado Guardião Web.

O caso é semelhante ao do Maranhão, com uma estranha, mas importante diferença.

Conforme vem mostrando o ATUAL7, série de denúncias dos ex-chefes do DCCO (Departamento de Combate ao Crime Organizado) e da Seic (Superintendência Estadual de Investigações Criminais), respectivamente, Ney Anderson Gaspar e Tiago Matos Bardal, aponta que diversas autoridades no estado, incluindo desembargadores do Tribunal de Justiça, teriam sido alvo de espionagem também por meio do mesmo sistema Guardião.

De acordo com os denunciantes, a suposta ilegalidade teria sido ordenada pelo titular da SSP maranhense, o delegado de Polícia Civil Jefferson Miller Portela e Silva, sob a gestão de Flávio Dino no Palácio dos Leões.

Portela nega as acusações.

Apesar de, entre os supostos alvos da ilegalidade, haver também um senador da República, o líder do PSDB no Senado, Roberto Rocha, diferentemente do ocorrido em Alagoas, que investigou por cerca de dois anos o caso e ajuizou ação a fim de cessar a suposta ilegalidade, o MPF no Maranhão disse ao ATUAL7, em maio, que desconhecia as denúncias de espionagem contra Portela.

Quatro meses depois, após as denúncias se tornarem escândalo, a PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) do Maranhão, Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, a Presidência do Senado Federal e o Tribunal de Justiça do Maranhão entrarem no caso, pelo menos publicamente, o MPF maranhense segue em silêncio sobre tudo.