Sindsalem
Noleto renuncia comissão de concurso da Alema e cobra MP e deputados
Cotidiano

Servidor diz em carta que Casa não cumpre decisão judicial sobre a realização do certame

Em carta enviada ao ATUAL7, nesta quarta-feira 21, o servidor da Assembleia Legislativa do Maranhão, Luiz Carlos Noleto Chaves, apresenta renúncia à comissão paritária formada pelo Sindsalem, entidade representativa dos servidores da Alema, e diretores da Casa, para acompanhar a realização de um concurso público para preenchimentos de cargos no Poder Legislativo estadual.

No documento, Noleto chama a atenção da sociedade e cobra um posicionamento do Ministério Público maranhense e dos deputados estaduais sobre o caso, em razão do concurso, apesar de decisão judicial, até o momento não ter sido realizado.

Confira a íntegra:

CARTA RENÚNCIA
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO MARANHÃO ENROLA, DESCUMPRE DECISÃO JUDICIAL E DÁ INDÍCIOS DE QUE NÃO REALIZARÁ NOVO CONCURSO PÚBLICO

Eu, Luiz Carlos Noleto Chaves, servidor efetivo da Assembleia Legislativa do Estado Maranhão (ALEMA), venho – por meio desta carta - esclarecer alguns fatos sobre o novo concurso público da Casa, bem como comunicar a minha renúncia da comissão paritária criada para organizar o certame, pelos fatos que passarei a expor abaixo.

Nos mais 180 anos de existência da ALEMA, foram realizados apenas dois concursos públicos para o provimento de servidores efetivos na Casa. O primeiro ocorreu em 2004 para cerca de 40 vagas, sendo que – efetivamente – adentraram aos quadros da ALEMA apenas 38 concursados naquela época (2005). O segundo concurso ocorreu em 2013 para 92 vagas, assumindo aproximadamente 89 aprovados.

Com base no último relatório da ALEMA, datado de 2008, existem, em média, 2.015 servidores na Casa. Destes, cerca de 100 são concursados, ou seja, menos de cinco por cento (5%). Com o objetivo de mudar essa realidade, no fim do ano passado, o STF proferiu uma decisão obrigando a ALEMA a realizar um terceiro concurso público. Para a execução da decisão, o processo chegou às mãos do Juiz Douglas de Melo Martins, titular da 7ª Vara de Interesses Difusos de São Luís.

Ainda em 2018, representantes da ALEMA e do SINDSALEM definiram um cronograma em juízo, o qual – se tivesse sido cumprido – o concurso já teria sido realizado. Na Justiça, também ficou acordada a criação de uma comissão paritária para monitorar o referido cronograma firmado entre o Sindicato e a direção da Casa. Vale ressaltar, porém, que tal comissão só veio a ser criada em maio de 2019, meses depois do previsto, e somente porque o SINDSALEM denunciou à Justiça o não cumprimento do cronograma acordado em 2018.

Diante disso, um novo cronograma foi aceito pelo Sindicato e ratificado pela ALEMA, com a intermediação da 7ª Vara de Interesses Difusos, tendo início em janeiro de 2019, com a divulgação do edital do concurso prevista para junho deste ano, o que não ocorreu.

Em relação à comissão paritária, o SINDSALEM indicou a mim, LUIZ CARLOS NOLETO CHAVES, como representante, já a ALEMA indicou os senhores Eduardo Pinheiro Ribeiro (Diretor de Recursos Humanos), Tarcísio Almeida Araújo (Procurador-Geral da Casa) e Elaine de Fátima Jinkings Rodrigues (Auditora-Geral Adjunta) para esse fim. Ocorre que, até o presente momento, não houve nenhuma reunião dessa comissão, apesar da minha insistência e dos meus pedidos reiterados.

Ressalte-se que – quando procurado por mim – o presidente da comissão Eduardo Pinheiro, limitava-se a culpar os seus superiores pelo atraso no cumprimento do segundo cronograma, sem dar maiores explicações ou manifestar interesse no andamento do concurso.

É importante frisar, ainda, que em maio deste ano, mês da efetiva criação da comissão, ocorreu um fato novo e controverso. De maneira estranha, a meu ver, o Ministério Público do Maranhão (MP-MA) entrou com um novo processo contra a ALEMA para a realização de concurso público, sendo que já está em curso a execução do certame a partir da decisão do STF.

Por isso, em audiência com o MP-MA, a Procuradoria da ALEMA e o Juiz Douglas de Melo Martins, o SINDSALEM questionou o Ministério Público sobre a real necessidade desse novo processo, ressaltando aos representantes do órgão ministerial que simplesmente atuem no processo que já está em curso. Até o momento, porém, não temos informações se o MP-MA vai declinar do novo e desnecessário processo contra a ALEMA.

Diante dos fatos narrados, eu, LUIZ CARLOS NOLETO CHAVES, representante indicado pelo SINDSALEM para a comissão paritária do novo concurso da ALEMA, venho comunicar a todos os interessados que renuncio do meu posto na referida comissão, solicitando à direção do Sindicato que cobre providências do juiz Douglas de Melo Martins no sentido de fazer a ALEMA cumprir o último cronograma do certame.

De igual modo, peço à direção do Sindicato que cobre, também, um posicionamento do Ministério Público sobre suas reais intenções com esse novo processo, pois - caso o MP-MA queira, de fato, que o concurso ocorra, basta atuar no processo que já está na fase de execução, como fora dito anteriormente, fiscalizando as ações protelatórias da ALEMA.

Por fim, faço um chamado à sociedade civil organizada para que se mobilize e cobre dos deputados estaduais que o novo concurso público exista de direito, mas, sobretudo, de fato, respeitando-se, assim, as decisões judiciais e os princípios da impessoalidade e da moralidade no serviço público.

Sindsalem é despejado após denunciar existência de fantasmas na AL-MA
Política

Ação foi executada nesta quinta-feira 16. Entidades presididas por esposas e ex-parlamentares permanecem sendo bancados pela Casa

A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Maranhão cumpriu, nessa quinta-feira 16, ordem de despejo do Sindsalem (Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa do Maranhão), que funcionava nas dependências do Poder Legislativo estadual desde sua inauguração.

A ação ocorre após a entidade denunciar a existência de centenas de funcionários fantasmas na Casa. Entre os suspeitos de embolsar dinheiro público, por meio de salários sem precisar ir trabalhar, há filhos e um sobrinho de desembargadores do Tribunal de Justiça do Maranhão e até uma nora do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Jorge Pavão.

Oficialmente, a Assembleia Legislativa tem simulado que não pretende se manifestar sobre o despejo. Contudo, de maneira extraoficial, tem informado por meio de sua Comunicação que a ação atende a medidas de moralização da Mesa Diretora na AL-MA, controlada pelo deputado Humberto Coutinho (PDT).

Ocorre que outras entidades – o Gedema (Grupo de Esposas de Deputados do Estado do Maranhão) e a Associação dos Ex-deputados Estaduais do Estado do Maranhão (Aedem) – utilizam a estrutura da Casa e permanecem, cada uma, com salas amplas e confortáveis, com direito a água, telefone, luz, móveis, computadores, internet e até mesmo o cafezinho bancados pelos recursos da Assembleia.

Essas duas entidades, respectivamente, são chefiadas pela ex-deputada ficha suja Cleide Coutinho (PSB) e pelo ex-deputado Eleotério Nan Souza.

Mesa Diretora condiciona reajuste de servidores à saída do Sindsalem da AL-MA
Política

Medida tem aparência moralista, mas não alcança entidades comandadas por esposas de deputados e ex-parlamentares

A Mesa Diretora do Poder Legislativo estadual decidiu desfazer o acordo feito com o Sindsalem (Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa do Maranhão) e condicionou a reposição salarial dos servidores à saída da entidade das dependências da Casa.

Pelo acordo, a greve deflagrava seria desfeita e a Assembleia se comprometia a conceder reajuste de 5% aos servidores. Pressionada pela Justiça a divulgar a lista de todos os servidores e parlamentares, com seus respectivos salários, a Assembleia resolveu perseguir o sindicato, sob a alegação de que a sala onde a entidade funciona não tem amparo legal.

Ocorre que, embora tenha a aparência de justa e legal, a justificativa dada pela Mesa Diretora não alcança outras entidades que também são mantidas na estrutura da Casa.

Uma delas é o Gedema (Grupo de Esposas de Deputados do Estado do Maranhão), chefiado pela ex-deputada ficha suja Cleide Coutinho (PSB). Ela é a mulher do presidente da Assembleia, deputado Humberto Coutinho (PDT). Privilegiada, além de uma confortável e ampla sala no Legislativo estadual com telefone, água, luz, móveis, computadores e internet, a entidade possui ainda um link no site institucional do Poder, onde simula transparência dos gastos bancados com dinheiro público em ações de promoção das mulheres dos parlamentares.

Além da Gedema, quem também não sofre qualquer incomodo da Mesa Diretora por ter uma sala no prédio da Assembleia é a Associação dos Ex-deputados Estaduais do Estado do Maranhão (Aedem). A entidade tem como presidente o ex-deputado Eleotério Nan Souza, mas também é encabeçada pelas esposas de ex-deputados.

Pelo tratamento diferenciado, o Sindsalem publicou em sua página oficial que a imposição da Mesa Diretora seria uma especia de chantagem. Como resposta, a diretoria executiva da entidade autorizou a viagem de seu presidente, Luiz Noleto, para Brasília, com o objetivo de denunciar à situação ao Ministério do Trabalho. Durante sua passagem por Brasília, Noleto pode ainda passar pela Procuradoria Geral da República (PGR), comanda por Rodrigo Janot. Uma Assembleia Geral também está marcada para a próxima segunda-feira 20, às 16h, no Plenarinho da Casa.

O Sindsalem foi o responsável pela caça aos fantasmas da Assembleia Legislativa do Maranhão, que pode alcançar até 30% de seu quadro de pessoal. Dentre os possíveis fantasmas podem estar filhos e um sobrinho de desembargadores do Tribunal de Justiça do Maranhão, e até a nora do presidente do Tribunal de Contas do Maranhão (TCE), conselheiro Jorge Pavão.

O ATUAL7 tentou contato com a Comunicação da Assembleia Legislativa, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Servidores em greve da AL protestam por PCCV e contra funcionários fantasmas
Política

Dados de março apontam que de 1.476 comissionados da Casa, apenas próximo de 500 realmente trabalham

Em greve desde o início da semana, servidores efetivos da Assembleia Legislativa do Maranhão realizam, desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira 22, uma intervenção na área externa da sede do Poder Legislativo em protesto por melhores condições de trabalho e salários, por meio da reforma do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV), e contra o inchaço da folha de pagamento com funcionários fantasmas.

Funcionários fantasmas vão de cargos de motorista a assessor Especial Legislativo
Atual7 Casa dos Fantasmas Funcionários fantasmas vão de cargos de motorista a assessor Especial Legislativo

Para chamar a atenção da sociedade para a falta de moralização da administração dos recursos públicos na gestão do atual presidente da Casa, deputado Humberto Coutinho (PDT), dezenas de estacas com cobertores e máscaras fantasmas foram fixadas em frente à Avenida Jerônimo de Albuquerque, uma das mais movimentadas da capital.

Toda a movimentação acontece, inclusive, na mesma data em que a Assembleia Legislativa preside pela primeira vez, com a presença do governador Flávio Dino (PCdoB), uma reunião ampliada do Colegiado de Deputados Parlamentares da Amazônia, o Parlamento Amazônico no Maranhão.

Os servidores em greve atribuem a Coutinho a motivação do movimento paredista, ao descumprir o acordo estabelecido com a categoria de implantação do PCCV por conta da grande quantidade de funcionários fantasmas.

A mobilização do primeiro dia da greve consistiu na concentração dos servidores em frente à porta do Plenário, munidos de faixas e cartazes com palavras de ordem, solicitando apoio dos deputados ao movimento, denunciando a presença de comissionados fantasmas e repudiando os atos de alguns diretores que, com ameaças de corte de ponto e avaliações negativas do Estágio Probatório, tentaram intimidar a participação dos servidores.

De acordo com levantamento feito pelo Sindsalem (Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa do Maranhão), até março deste ano, dos 1.939 funcionários do Legislativo estadual, 76%, isto é, 1.476 são de cargos em comissão cuja natureza de ocupação é transitória, restando 24%, ou seja, apenas 463 que representam os servidores efetivos e estáveis, sendo que 15 estão à disposição de outro Poder ou foram requisitados com ônus para a Casa do Povo.

Pela movimentação na Assembleia e uma lista que está sendo analisada pelo Atual7, destes 1.476 comissionados, pelo menos próximo de 500 realmente trabalham. O restante desta folha é que seria todo constituída por fantasmas.

Com base na Lei de Acesso à Informação (LAI), o número atualizado de servidores da AL, do mês de outubro, será solicitada ao Departamento de Pessoal. Com o hiato até então desconhecido da quantidade de pessoas que entraram como comissionados principalmente na Presidência da Casa, suspeita-se que o número de fantasmas seja bem maior.