Crianças atendidas pelo ambulatório da Casa de Apoio Ninar, em São Luís, tiveram uma manhã diferente na última quinta-feira 10. Elas participaram do projeto culinário de vivência e experimentação realizado na Cozinha Amiga. Durante a oficina, as crianças colocaram a mão na massa e produziram sequilhos de amido de milho e cupcake. A unidade de saúde, especializada no tratamento e acolhimento de crianças com microcefalia e outras doenças raras.
O momento é um dos chamados AVD (Atividades de Vida Diária). Além de proporcionar interação entre as crianças, o projeto culinário, que faz parte do tratamento ofertado na Casa de Apoio, tem como objetivo trabalhar e desenvolver diversas habilidades nas crianças.
A Casa de Apoio Ninar oferece acolhimento e assistência especializada às crianças com problemas de neurodesenvolvimento e suas famílias. Roney David de Carvalho, 8 anos, contou o que mais gostou de fazer na oficina. “Gostei mais quando fizemos o bolo [cupcake]. Aprendi a fazer um biscoitinho também”, disse.
Já Orlando Sá, 5 anos, que também integrava o grupo de novos chefinhos de cozinha, expressou qual momento mais chamou sua atenção durante o projeto. “Gostei do bolinho, porque tem a massa. Gostei de confeitar”, lembrou.
A fisioterapeuta Larissa Saraiva, 31 anos, que acompanhava a filha Maria Valentina, 5 anos, detalhou a emoção dos pais ao observar a evolução dos filhos ao participar de momentos pedagógicos na Casa de Apoio. “Foi muito enriquecedora essa experiência. O momento foi bom por conta da integração, dessa questão sensorial, da seletividade alimentar. O contato com a cozinha estimula esses sentidos. Tudo foi trabalhado nesse ambiente bem interessante e que para eles é totalmente diferente. Nosso coração fica alegre e fico muito emocionada de ver a evolução dela ao interagir com os amigos”, comentou.
Objetivo
A atividade reúne psicopedagogia, nutrição e gastronomia. Entre as áreas estimuladas durante a ação estava a coordenação motora fina, como explica a psicopedagoga Isabela Santos. “Tanto em relação a cognição quanto a questão motora trouxemos esse momento para estimular as crianças no trabalho de socialização, interação, de cooperação com o outro e na manipulação dos materiais. Estimular a coordenação motora fina ajuda na questão da escrita dessas crianças que estão em fase de desenvolvimento”, pontuou.
Além da estimulação da área apontada pela psicopedagoga, cada criança ao participar da atividade desenvolve também habilidades cognitivas relacionadas a atenção, concentração e a criatividade. A experiência proporcionada pelo projeto culinário estimula ainda a autonomia e independência da criança.
“Algumas mães têm receio de colocar as crianças para a prática por achar que elas não são capazes. Quando as crianças são colocadas nessa experimentação, elas acabam conseguindo fazer muitas coisas sozinhas, uma vez que conseguem ter autonomia e independência, além de mostrar que cada família pode realizar atividades simples no dia a dia sem precisar de um recurso pedagógico ou algo impresso, pode desenvolver habilidades cognitivas dos filhos utilizando as próprias atividades diárias dentro de casa”, explicou a psicopedagoga.
Ingredientes
Coordenadas pelo chefe de cozinha Carlos Matos e a nutricionista Eulina Trindade, as crianças preparam sequilhos de amido de milho e cupcake a base de açúcar, essência de baunilha, farinha de trigo, leite, ovos e maisena. Durante toda atividade, o chefe de cozinha lia os ingredientes expostos e ensinava as crianças a reconhecer e manipular os materiais.
“Este é o carinho que sempre colocamos aqui. Esta é a Casa de Apoio Ninar. É sempre um prazer poder passar um pouco do conhecimento e ajudar essas crianças”, disse Carlos Matos.
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