Pelo menos nove suspeitos de participar do linchamento de Cleidenilson Pereira da Silva, 29 anos, irão a júri popular. Cleidenilson foi brutalmente assassinado após tentar assaltar um bar em São Luís, capital do Maranhão, em julho de 2015. A informação é do jornal Extra.
A denúncia do promotor Agamenon Batista de Almeida Júnior, do Ministério Público do Maranhão, foi aceita pelo juiz Gilberto de Moura Lima, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, no dia 7 de junho passado, quase 11 meses após a sessão de espancamento, durante a qual o assaltante chegou a ser amarrado a um poste.
Em sua decisão, o magistrado afirma que “os indícios de autoria se encontram demonstrados pelo depoimento das testemunhas”. O julgamento deve ocorrer ainda esse ano, depois que os réus forem pronunciados.
Os acusados respondem por homicídio duplamente qualificado — por meio cruel e sem chance de defesa — e ainda pela tentativa de homicídio contra o menor de 17 anos que acompanhava o assaltante. A pena, em caso de condenação máxima, pode chegar a 30 anos de prisão.
A denúncia feita pelo membro do MP-MA à Justiça descreve a participação de cada um dos acusados no linchamento. Entre eles, estão o dono do bar onde houve a tentativa de assalto e o filho do comerciante, além de dois dos três clientes presentes no momento em que Cleidenilson, armado, anunciou o roubo.
O texto de dez páginas frisa que, “impelidos por sentimento de vingança” após a tentativa de assalto, os envolvidos agiram “usurpando a função do Estado de julgar e de punir”. Já Cleidenilson e o adolescente, para o promotor, passaram de “de pretensos réus” a “vítimas da barbárie vingativa dos denunciados”.
O promotor listou ainda nove testemunhas a serem ouvidas no julgamento. Entre elas, estão o pai de Cleidenilson, o menor que sobreviveu às agressões, dois homens que tentaram interromper o linchamento e uma cliente do bar, que teria se escondido no banheiro durante o roubo.
Até o dia em que foi morto, Cleidenilson Pereira da Silva jamais havia respondido na Justiça por qualquer delito, tampouco tinha passagens pela polícia. O adolescente que o acompanhava também não possuía, até então, nenhum tipo de anotação criminal.
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