Indústria da construção começa o ano com queda na atividade e no emprego, diz CNI

Pesquisa mostra que, apesar das dificuldades de recuperação, setor espera aumento da atividade, número de empregados, novos empreendimentos e compra de matérias-primas nos próximos meses

A indústria da construção continua enfrentando dificuldades para se recuperar, segundo a Sondagem Indústria da Construção, divulgada no início desta semana pela Confederação Nacional da Indústria (CNI)

Os indicadores de nível de atividade e de emprego no setor caíram em janeiro na comparação com dezembro. Embora, tradicionalmente, o setor se retraia no fim e no início do ano, o índice do nível de atividade ficou em 44 pontos, 1,6 ponto abaixo do de janeiro de 2018. O índice de emprego foi de 42,5 pontos, nível que é 1,4 ponto inferior ao de janeiro de 2018. A utilização da capacidade instalada ficou em 55%, mostrando que o setor tem elevada ociosidade.

Segundo a CNI, os indicadores da pesquisa variam de zero a cem pontos. Quando estão abaixo dos 50 pontos mostram queda na atividade e no emprego.

A pesquisa aponta também que os indicadores de expectativas também diminuíram, mas continuam acima da linha divisória dos 50 pontos, mostrando que os empresários mantêm o otimismo e esperam o aumento do nível de atividade, dos novos empreendimentos e serviços, da compra de matérias primas e do número de empregados nos próximos seis meses.

“Desde novembro do ano passado, as expectativas revelavam um sentimento mais otimista da indústria da construção”, afirma a Sondagem. “Apesar da queda generalizada dos indicadores, todos eles permanecem acima do registrado há 12 meses”, ressalta.

Disposição para investir

O índice de intenção de investimento do setor recuou 2 pontos em relação a janeiro e ficou em 36 pontos em fevereiro. Mesmo assim, o indicador está 3,9 pontos acima do registrado em fevereiro de 2018 e é superior à média histórica de 33,7 pontos. O índice varia de zero a cem pontos. Quanto maior o valor, maior é a disposição dos empresários para fazer investimentos. 

“A aprovação de reformas econômicas estruturais, como a previdenciária e a tributária, e melhorias no arcabouço regulatório, são medidas que não oneram os cofres públicos e atraem investidores. A recuperação do setor depende de um aquecimento econômico mais robusto e sustentável, capaz de retomar a credibilidade do investidor”, afirma a economista da CNI, Dea Fioravante.

A pesquisa mostra ainda que a confiança dos empresários continua elevada. Em fevereiro o Índice de Confiança do Empresário da Construção (ICEI-Construção) ficou em 63,3 pontos em fevereiro, muito acima da linha divisória de 50 pontos que separa a confiança da falta de confiança. Mesmo com a queda de 0,4 ponto verificada em relação a janeiro, o índice está 10,1 pontos acima da média histórica. A confiança é maior nas grandes empresas, segmento em que o ICEI-Construção alcançou 64,4 pontos em fevereiro. Nas médias empresas ficou em 62,4 pontos e, nas pequenas, foi de 61,7 pontos.

Esta edição da Sondagem Indústria da Construção foi feita com 469 empresas. Dessas, 157 são pequenas, 212 são médias e 100 são de grande porte. 


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