A primeira-dama do Brasil, Marcela Temer, deve ser convocada para “exercer toda a área social” no governo federal, caso seja confirmado o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff (PT) pela Senado. A informação foi dada pelo de seu próprio marido, o presidente interino Michel Temer (PMDB), em entrevista veiculada no programa “Fantástico”, da TV Globo, noite deste domingo 15.
“Se acontecer alguma coisa e eu vier a ocupar a presidência (não mais como interino), ela virá para exercer toda a área social. Vai trabalhar intensamente. Ela é advogada e tem muita preocupação com as questões sociais”, afirmou o presidente interino.
Apesar de ter aparecido ao lado do marido nas duas cerimônias de posse da presidente Dilma, em 2011 e 2015, Marcela ainda não apareceu publicamente com Temer desde que ele assumiu o posto mais alto da República, na semana passada.
De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, a equipe de Michel Temer havia decidido que ela apareceria ao lado dele na posse, mas “o próprio presidente interino teve dúvida sobre a conveniência da cena”. “Não queria dar a impressão de que fazia festa em momento difícil do país”, informou a jornalista.
Em declaração em 2011, Michel Temer descreveu Marcela como “discreta, inteligente e companheira”. No mês passado, um perfil publicado sobre ela pela revista “Veja”, intitulado “Bela, recatada e do lar”, gerou polêmica e provocou uma onda de manifestações de mulheres ironizando as características atribuídas pela publicação à então vice-primeira-dama, consideradas misóginas e atrasadas.
Tradicionalmente, até o governo de Fernando Collor (1990-1992), as mulheres dos presidentes cuidavam da assistência social.
Rosane Collor foi a última presidente da antiga LBA (Legião Brasileira de Assistência), órgão público fundado em 1942 pela então primeira-dama Darci Vargas, mulher de Getúlio Vargas, para ajudar as famílias dos soldados enviados à 2ª Guerra Mundial.
A LBA foi extinta no primeiro dia de Fernando Henrique Cardoso como presidente, em 1995. Ruth Cardoso, sua mulher, foi a criadora e presidente do programa Comunidade Solidária, que deu origem aos programas sociais no governo do marido.
Somente a mulher de Lula, Marisa Letícia da Silva, não assumiu nenhuma função durante os dois mandatos dele na Presidência (de 2003 a 2010).
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