A homologação feita pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, das 77 delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht, vai finalmente esclarecer se o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), recebeu ou não dinheiro por fora da construtura.
O conteúdo das delações continua sob segredo de Justiça e será encaminhado para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que vai analisar os documentos para decidir sobre quais pontos irá pedir abertura de investigação. O sigilo só deverá ser derrubado após a abertura de investigação sobre os fatos informados pelos delatores.
O suposto caixa dois de Flávio Dino foi revelado em agosto do ano passado pelo colunista Guilherme Amado, no blog do jornalista Lauro Jardim, de O Globo.
De acordo com Amado, durante delação premiada, os executivos da Odebrecht teriam citado o governador do Maranhão como recebedor de R$ 200 mil de caixa dois na campanha eleitoral de 2010. O caso foi amplamente repercutido pela imprensa nacional e local. Dino e o PCdoB negam.
Se o nome do comunista realmente estiver entre os beneficiados com o esquema criminoso desbaratado pela Lava Jato, por prerrogativa de foro, o processo deverá ser encaminhado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Sigilo
Assim que foi noticiada a homologação das delações, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cláudio Lamachia, escreveu em sua conta no Twitter que defende a quebra do sigilo do conteúdo do material.
“Defendo a quebra do sigilo. É preciso que fique claro a toda sociedade o papel de cada um dos envolvidos. A luz do sol é o melhor detergente”, escreveu o presidente da OAB.
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