Santo Amaro
Prefeita de Santo Amaro confessa que já vinha pagando propina a vereadores
Política

Luziane Lisboa só entregou esquema ao MP-MA após ser afastada pela Câmara Municipal

Afastada recentemente do cargo por 180 dias, a prefeita do município de Santo Amaro, Luziane Lisboa (PP), vinha pagando propina a membros da Câmara Municipal para garantir a aprovação de matérias de interesse do Executivo. A informação é da própria gestora, que acabou confessando a prática criminosa ao acusar, em entrevista ao jornal O Estado, pelo menos cinco membros da Câmara como recebedores do pixuleco. Como o Legislativo local é composto por apenas nove membros, o grupo denunciado, que é de oposição à Luziane, tinha a maioria em todas as votações.

“Eles começaram a mandar recados pelos meus secretários e eu percebi que eles queriam usar o mesmo artifício agora no fim do ano, que só aprovariam mediante pagamento. Mas eu disse: ‘dessa vez eu não vou ceder’. Isso é extorsão. Eu não vou mais aceitar esse tipo de coisa”, afirmou.

O caso de propinagem em Santo Amaro só veio a tona após o vazamento de um vídeo, no qual aparece a presidente da Câmara, vereadora Maria Divina (PSDC), recebendo maços de dinheiro das mãos da secretária de Educação, Aurinete Freitas. Apesar da gravação ter sido feita desde junho deste ano, somente há cerca de uma semana, após a Câmara aprovar o afastamento de Luziane Lisboa, por 180 dias, por corrupção, é que a chefe do Executivo resolveu denunciar a extorsão ao Ministério Público do Maranhão.

Se o promotor Marco Aurélio, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), não repetir o que fez em Anajatuba, quando premiou com a chefia da prefeitura o então vice-prefeito e dono de empresa fantasma Sidney Pereira (PCdoB), um dos cabeças da máfia que desviou R$ 15 milhões do município, todos os envolvidos no esquema de propinagem em Santo Amaro devem parar na cadeia.

O Atual7 tentou contato com Luziane Lisboa e com os vereadores acusados de extorqui-la para aprovar matérias de interesse do Executivo, mas nenhum deles foi localizado até a publicação desta matéria.